As mãos queimam sobre as vestes.;
Tocam seios, coxas e ventre.
Exigentes, caminham agressivas,
Resvalam, param possessivas
E prosseguem indiferentes
Às pernas que se abrem passivas
Os lábios sufocam o gemido.;
Meu sexo, já úmido e dolorido,
Implora pelo toque perdido
Destas mãos impertinentes
Que deliciosas e insolentes,
brincam inconseqüentes.
Das roupas desvencilhados,
Os corpos nus e molhados
Apertam-se desesperados,
As mãos machucam e consolam
E meus pudores imploram
Por línguas que me devoram.
Então, todo meu amor se abre
Vitorioso, como legítimo eleito,
Tomas posse e és perfeito !
Enfim, ao teu sorriso satisfeito,
A suave dormência me alcança,
E meu corpo plácido descansa.