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Erotico-->11. IDÉIAS DE FUGA -- 19/02/2004 - 08:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A escuridão incomodava o prisioneiro. Como é que podia ser tão absoluta? Por que nenhum vestígio do dia lhe chegava aos olhos, dado que a abertura para a boca era suficientemente larga, para que se visse um pouco através dela? No entanto, não enxergava nada. Durante o banho, operara em pleno negrume.

— Eles devem ter pintado todos os vidros de preto. E com várias camadas de tinta. E não acendem nenhuma lâmpada, quando vêm falar comigo.

Pensou no terror que se lhe infiltrara no coração, de forma que tudo lhe era vedado, mesmo a simples tentativa de abrir um pouco mais a fenda, para ver alguma coisa.

— Se a escuridão é tão completa, o que estarei temendo? Eles não devem estar vendo nada também. No entanto, dão-me o prato na mão, põem os remédios na palma, deixaram a roupa ao meu alcance. Se não estivessem vendo nada, não teriam depositado no lugar certo o aparelho de barba nem teriam recebido de volta... Será que estão equipados com algum processo de visão no escuro, algum equipamento infravermelho, como se viu na Guerra do Golfo, onde a noite e o dia eram a mesma coisa? Só pode ser isso. Estão sofisticadíssimos.

Voltou o pensamento para as janelas.

— Se estão vedadas inteiramente, não iria sentir certa brisa, de vez em quando. Se estão entreabertas, algo me chegaria aos ouvidos. Talvez eu esteja numa repartição construída dentro de algum cômodo mais amplo, uma espécie de casamata dentro do quartel.

Achou apropriada a denominação militar.

— Mas é isso aí. Construíram dentro de um prédio, de propósito para que ninguém, estando enjaulado, possa reconhecer o local do cativeiro, por qualquer indício externo.

Lembrou-se de ter subido e descido degraus.

— Pode ser que eu esteja no porão e aí não haveria janelas. E a brisa? Por certo algum ventilador ou exaustor silencioso, que daria para a repartição maior. E como eles podem me ver, sem qualquer infiltração de luz que lhes daria a possibilidade de decifrar os sinais noturnos? Bastaria um pequeno facho, um nada, uma pequena vela do lado de fora da porta, que seria imperceptível para mim mas suficiente para eles.

Tossiu um pouco mais forte, sentindo que o peito estava carregado. Teve medo de ficar doente.

— Vou pedir um expectorante. Se não querem que eu morra, vão dar. E se quebrasse os vidros de alguma janela? Será que o espalhafato não iria atrair a atenção da vizinhança?

Refletiu sobre o que havia imaginado antes e desistiu da possibilidade da fuga. Além do mais, precisaria livrar-se da cadeia dos pés e do embaraço da máscara.

— Se não me soltarem, a única esperança de sair vai ser a polícia.

A idéia deprimiu-o e se deixou encolher em posição fetal, como se o universo o agasalhasse num ventre materno.

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