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Erotico-->13. EPAMINONDAS DISCURSA -- 09/01/2004 - 07:19 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Não tiveram tempo os colegas de trocar impressões a respeito dos sucessos individuais. Estavam meio envergonhados, conforme podia Felícia reparar. Tomás, não envolvido pelos temores do grupo, trocava informações com outros monitores, sorrindo, agraciado por declarada felicidade. Parecia que foram bem sucedidos na tarefa de prestigiar o desenvolvimento da vontade dos monitorados.

Epaminondas encaminhou-se para a cátedra e discursou:

— Meus queridos afilhados, hoje o dia foi ganho! Podem crer. Sinto que quase a totalidade está na expectativa de ser argüida a respeito dos pensamentos contrários às determinações programáticas que estabelecemos. Entretanto, vocês estiveram muito acima do desempenho médio dos grupos, embora tenham advertido para soluções extremas, como expulsão, substituição ou rebaixamento para grupos menos importantes. Saibam que, sem que preparássemos a armadilha, a sua atitude acabou gerando sério problema para nós, não porque não fôssemos avisados para a possibilidade da irreverência conceptual, mas porque esperávamos maior submissão, pela inusitada contextura curricular que enfrentam. O que mais nos atemorizou, todavia, foi o despreparo para a visão global dos problemas humanos. Suspeitávamos que teríamos dificuldades com um ou outro, para a percepção das necessidades terrenas. Todos, no entanto, nos surpreenderam e nos alertaram para futuras atividades correlatas. Para que servem as ciências terrestres, no que tange aos espíritos que devem volver ao orbe, em encarnações missionárias? Eis a questão mais pungente, mais aflitiva, principalmente dos que não possuem nenhum débito com antigos inimigos. É que a palavra de Jesus foi categórica, no sentido de oferecer a esses irmãos os magníficos campos do Senhor. Nós mesmos estamos demasiado apegados às promessas evangélicas e contornamos os problemas, para enfrentar a evolução em caráter restrito, ou seja, na companhia das pessoas que nos são muito caras, esquecidos, por exemplo, de que o Cristo era pela humanidade e, por todos, indistintamente, se sacrificou. Mas as reminiscências dos textos bíblicos não devem pesar substancialmente na deliberação de se prosseguir trabalhando em prol dos semelhantes, mesmo quando atingimos o pináculo da perfeição moral. Hão de perguntar o que fazem os seres nas esferas mais adiantadas, querendo saber se estão preocupados com a desdita dos inferiores e se, por eles, estão infelizes, apesar de estarem em círculos de existência quintessenciada. Kardec responde com facilidade a essa questão. O sábio francês diria que todos as criaturas devem ser responsabilizadas pelo próprio crescimento espiritual, devendo urdir a trama de seu destino, tecendo a manta de que se agasalharão com as virtudes superiores que desembocam na caridade. Crescer será, portanto, providenciar a salvação através da aplicação de muitos esforços para o aperfeiçoamento dos semelhantes. Sabemos que quase todos do grupo merecem progredir fisicamente, ou seja, adquirir novo perispírito com que possam freqüentar camada existencial mais depurada, mais fluida, menos material, menos coercitiva, mais feliz, mais tranqüila, mais pacífica, enfim, no sentido das perturbações sociais ou coletivas. Voltar a vestir aparato carnal não é perspectiva de progresso, podendo parecer, inclusive, de franco retrocesso cármico. Aí, temos de voltar a Jesus e perguntar se o Mestre se sentiu lesado em seus direitos de magnitude vibratória. Claro que não. Ofereceu-se ao sacrifício de nova encarnação, para efeito dos ensinamentos que julgou imprescindíveis para os miseráveis. E prometeu o envio do “Espírito de Verdade”, para os acrescentamentos de rigor, conforme a humanidade ia adquirindo condições de melhor entendimento das leis cósmicas. Como o Senhor adquiriu a consciência desse terrível ideal missionário? Simplesmente, porque conhecia muitíssimo bem as características das populações e das almas dos encarnados. Não somos tão abrangentes em nossa visão dos defeitos humanos, contudo, estamos prevendo que, se os homens não cuidarem melhor do ambiente em que vivem, perderão, de novo, o paraíso, como ocorreu com a raça adâmica, expulsa do sistema da estrela Capela e destinada a vir subsidiar o progresso dos atrasados povos primitivos da terra. Hão de perguntar se esse não acabará sendo o destino das atuais raças de destruidores dos bens naturais do planeta. Não sabemos, porque o futuro nos é vedado. Aliás, ainda debateremos muitos aspectos concernentes à capacidade dos espíritos de luz de preverem o que irá ocorrer com os humanos e com os irmãos que estão aqui no Umbral ou nas Trevas. O que não padece dúvida é que os homens estão arruinando sua morada material, precipitando a necessidade de atitudes mais drásticas relativamente ao destino dos fracos, dos viciados, dos imperfeitos, dos infelizes, qualquer seja a nomenclatura que se atribua aos irmãos imersos nos crimes. Para a aquisição parcial da visão do Cristo, vamos providenciar o envio da turma toda para visita ao orbe, quando teremos oportunidade de examinar os desmandos que se praticam em nome da civilização e do bem-estar dos viventes. Os professores se disporão a palestrar, esclarecendo as dúvidas pertinentes aos temas que forem sendo objeto de discussão, atendendo, também, aos reclamos particulares, sempre que se constituírem em obstáculo para o aprendizado de como serão úteis os futuros benfeitores, especialmente no campo das decisões fundamentadas nas ciências. Se não se sentirem bem durante a jornada, o que deverá acontecer com freqüência, uma vez que o contato com as baixas vibrações de muitos encarnados favorece os estremecimentos da coragem e da confiança no poder do caráter evangelizado, pela fragilidade atual dos conhecimentos nas áreas que serão examinadas, não titubeiem em orar, solicitando o amparo dos que nos guiam das esferas superiores. Sintam-se protegidos pelos irmãos mais poderosos e jamais dêem trela às sugestões que partirem dos maliciosos, dos pervertidos e dos obsessores, uma vez que eles não terão ensejo de perceber o quanto estamos voltados para a prática do bem. Não se distanciem sozinhos, para investigações levadas pela curiosidade. Saibam que tudo temos esquematizado pedagogicamente, para o aprendizado teórico, conforme lhes foi demonstrado. A visita terá caráter prático, especificamente, para a cristalização do desejo de servir em plano mais elevado do socorrismo. Se tivermos êxito, daqui a um ou dois milênios, poderemos rir dos temores, suspeitas e desejos de rápido desenvolvimento. Eis a perspectiva nada risonha, perante a desgraça alheia. Termino com pergunta meramente retórica: não é verdade que estamos seguindo tão-somente os passos de Jesus?

Nenhuma informação sobre o planejamento da viagem foi dada verbalmente. Os monitores foram municiados de novo disquete, com a recomendação de levarem os alunos a exame detido dele.

Felícia percebeu que os companheiros se alegravam com o passeio que os liberava, momentaneamente, dos estudos. Mas sentiu também que muitos se compenetravam de que a atitude dos mentores estava sendo tomada de improviso, no refazimento necessário de um plano que não estava totalmente testado.

“Aprendem com os alunos”, pensava com seus botões, o que lhe aumentava a admiração pelos mestres.

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