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Erotico-->10. LIMPANDO AS GAVETAS -- 08/12/2003 - 09:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando o Murilo diz que faz, faz mesmo!

Li muitas vezes a página anterior.

Terei sido eu mesmo quem escreveu tudo aquilo? Chego a pensar que fui ajudado por algum espírito fanfarrão (amigo, mas fanfarrão), que me tomou de intermediário para pensamentos tão complexos.

Claro está que precisei de um mês inteiro para pesquisar, ou melhor, para ler algumas obras, selecionando os capítulos que serviriam para questionar o problema da reencarnação e, por via de conseqüência, tudo o que respeitasse à lembrança das vidas passadas. No entanto, escrevi de um jato, como se tivesse tido o cuidado de organizar cada passagem, cada idéia, dispondo tudo de forma a concatenar para a finalidade específica.

De qualquer modo, vou deixar do mesmo jeitinho que fiz, porque me parece que melhor do que isso não vai ficar.

Então, volto o meu pensamento para alguns fatos particulares do passado, para ver se lhes extraio o grau de importância, em função do desenrolar de minha existência terrena.

O que mais me impressiona é que as gavetas estavam cheias, quase não podendo abri-las, entravadas por muitos objetos acumulados. Mal acabava de pôr tudo ao rés da abertura, puxava a gaveta e, surpresa, lá encontrava uns poucos papéis com alguns escritos apagados.

Querem saber o que significa isso? É que o passado vai se tornando cada vez mais insignificante, quando o futuro se engrandece em perspectivas de realizações plenas de harmonia e de felicidade.

Mas é preciso volver ao tema mais premente de minha emotividade, qual seja, o problema insolúvel em relação a Ana. Augusto me quer bem e vem demonstrando isso, iniludivelmente. Márcia deve estar em esfera quintessenciada pela bondade maravilhosa com que soube tratar todas as pessoas e todos os animais, o que, ao que me parece, é o maior mérito que pode alcançar qualquer pessoa na Terra, principalmente se tiver sofrido perdas que poderia considerar injustas, às quais não só perdoou como também esqueceu. Tanto suplico pela assistência de minha menina que me firma no pensamento que ela não poderia estar melhor.

Resta Ana.

Outro dia, passou pelo centro espírita. Procurou por mim. Eu exultei. Pensei que, finalmente, queria filiar-se a ele na qualidade de ouvinte, pelo menos, porque precisar de nós, só no aspecto de aprender a servir aos encarnados e desencarnados, porque dinheiro não lhe falta. Mas faltava uma serviçal. Não teve dúvida: procurou-me para que indicasse uma das nossas assistidas, honesta e de bons costumes, para dar-lhe o encargo de limpar e de prover a casa de mantimentos e demais artigos que se usam normalmente num lar de três pessoas. Está “casada” e tem um enteado. Queria alguém de confiança.

Estávamos no recinto sagrado, onde, como bem sei, existem muitos irmãos benfeitores do plano espiritual para nos amparar nos delíquios emocionais. Só por isso, com toda a certeza, foi que não a pus para fora. Logo me veio à lembrança que me haviam solicitado uma indicação de casa de família, uma senhora distinta, cujo marido fora mandado embora do emprego, nestes tempos difíceis.

O que imaginei naquele mesmo instante? Que os guias, mediante o problema de nossa irmã carente, tangeram alguém que necessitava de ajudante na direção correta de quem poderia aproximar as partes. Estaria, portanto, o seu redator sendo auxiliado na prática do ato de benemerência, que poderia se transformar em “bônus” para o meu ativo na espiritualidade, desde que me agradasse do serviço.

Mas fiquei aborrecido com o estremeção moral que a decepção quanto à minha expectativa promoveu em mim. Achei que não deveria reagir com os nervos à flor da pele, mas serenamente, partindo do princípio de que poderia ter tido a feliz idéia de explanar, ainda que ligeiramente, para Ana, a respeito da boa vontade, da resignação e de tantas outras virtudes que uma pessoa simples como aquela senhora fora capaz de assimilar, a partir de algumas lições que ouviu no centro.

Em casa, peguei o caderno e tentei escrever aquele episódio. Foi-me impossível, especialmente quando percebi que perdera excelente oportunidade de me informar como ia a minha ex-esposa quanto ao ideal do Espiritismo, ao qual estava dando algum valor pela escolha que fez de uma pessoa ligada a ele.

No entanto, o que mais me ressumbrava diante dos olhos era a fantasmagoria de sua cupidez, mulher insensível e interesseira, que não estava pensando senão em si mesma...

Paro por aqui, porque prometi que não iria resvalar para o campo das acusações, campo em que me ficará bem mais fácil vibrar negativamente.


..........................................


Fiquei quinze dias vivendo sob a impressão do texto acima. Dei-lhe por título a informação de que estaria pondo para fora todos os problemas terrenos, para poder adentrar o etéreo sem recordações ruins, porque tudo que é bom não se arquiva na memória mas fica indelevelmente registrado no coração.

Não querendo fazer uso de expressão de caráter meramente romântico, preciso esclarecer que vou refletir a respeito do que se pode ou se deve apagar da memória e do que não se consegue ou não se deseja, por diferentes razões.

Resumindo, porque não pretendo escrever nenhum tratado, devo dizer que gostaria muito de ter uma conversa franca com Ana, no plano espiritual, durante o sono, com os nossos respectivos orientadores, talvez com a presença de espíritos evoluídos no sentido técnico ou fenomênico de realizar demonstrações de episódios do passado, para resolvermos em definitivo as nossas pendências, caracterizando as responsabilidades, estabelecendo os critérios ou as formas de resgate dos débitos que se evidenciarem, para que, sem que haja nenhum fato traumatizante, pudéssemos nos dispensar da memória um do outro, permitindo que, no futuro, dentro dos azares dos encontros fortuitos ou mesmo programados, tivéssemos ensejo de estabelecer vínculos fundamentados naquele amor que Jesus propugnou como o mais indicado para a salvação das almas dos pecadores.

Então fiquei pensando que, talvez, ela aja de modo a me contrariar, porque sabe, melhor do que eu, quais as ofensas que...

Sou obrigado a interromper, porque estou com sono e não quero perder nenhuma oportunidade para aquele encontro.

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