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Erotico-->3. A BÊNÇÃO DO ESPIRITISMO -- 01/12/2003 - 07:30 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Passei por momentos de depressão após ler o que escrevi mais acima. Mas foi a primeira impressão, porque logo apliquei ao texto os princípios doutrinários e pude avaliar que toda a tragédia de minha vida não cabia num dedalzinho de dedo mínimo.

É que, vejam bem, o Espiritismo traz todas as consolações para os males da mente e muitas para os males do corpo.

Foi por pensar que qualquer sofrimento atual iria alcançar-me onde me encontrasse no etéreo que me condicionei a prosseguir nesta tarefa de compor as minhas memórias. Quero crer que já posso afirmar que se trata mais de um diário, porque nenhum acontecimento passado deixará de decalcar seu rastro, suas pegadas, nesta trilha empoeirada que vou ter de perpassar até o final dos dias ou até o final de minha lucidez intelectual, ou, o que seria mais uma pedra no meu caminho, até que reúna algumas páginas dignas de produzir, no meio espírita, algum arrepio, algum calafrio, alguma emoção de bom teor moral, com o fito de se tornar didaticamente uma obra de mensagens para a auto-ajuda dos leitores, como muitíssimas que conheço e que me emocionaram, em épocas de despautério e de desilusão.

Mas o sistema do comentário está ajustando-se às maravilhas a este enfronhar-me na consciência, tanto que não posso pôr à margem o pensamento desequilibrado da última página, qual seja, o trechinho em que fiz referência à possibilidade dos encontros durante o sono, quando se assumem responsabilidades que não se declaram como tais, enquanto não se contratam os compromissos que são assentes pela vontade manifestada no momento da vigília.

Reclamei de que as idéias se atropelavam meio sem nexo, porque expostas sem critério e sem plano definido. Mas esse é o recurso mais propício a me causar os naturais transtornos de quem está a surpreender-se consigo mesmo.

Bem. Vou levando o meu escrito numa incrível rapidez, porque me parece estar sendo influenciado pelos meus guias espirituais, inspirado, portanto, crente de que tudo quanto registre poderá, em tempo oportuno, merecer correções, acréscimos ou aquela queima universal a que já me referi e que deverá esquecer-se (como espero), se alguém estiver com um volume na mão a abanar desconsolado a cabeça, arrependido já por haver caído nas esparrelas da aquisição e da leitura.


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Não existe invenção mais talentosa do que a linha pontilhada. Deixa o tempo em suspenso e me permite divagar com a pena aérea, por uma hora, uma semana ou até um ano. De qualquer modo, me oferece a condição de volver para diante do papel, para dar continuidade temática à composição.

Desta feita, a paralisação não durou mais do que dez minutos, tempo suficiente para observar que me desviava do objetivo principal de elucidar meu pensamento quanto à influência do Espiritismo sobre o meu ânimo e sobre a minha consistência vital ou espiritual.

É que foram tantos os ensinamentos que absorvi que, no momento de expender algum conceito meu, temo por contrariar algum ponto oculto nos refolhos da memória.

Vou aos fatos.

Quando imaginei que Augusto fora o produto de um “conluio” na espiritualidade, responsabilizando-se Ana pela concepção, pela gestação e pelo parto, cabendo-me a criação, a educação e a orientação para as experiências da vida, não me foi possível quedar impassível perante a falência de minhas atribuições, pois, como já narrei, meu filho terminou em muito maus lençóis.

Foram anos de muita dor e de um quase desespero, que só não me levaram a algum hospital psiquiátrico porque, como deixei delineado, o Espiritismo me ajudou. Na verdade, apenas após a comunicação de que Augusto se encontrava em condições de se reconhecer e de, portanto, considerar a perda da oportunidade de viver que lhe demos, que me tranqüilizei e pude despertar interesse em assinalar as passagens que iam acumulando-se na minha mente, desejosas de se ver transladadas para o papel.

Agora vêm as considerações filosóficas pessoais, pobres intuições que deverão merecer profundas transformações futuras, pela amostragem do desconforto que pensamentos mais simplórios me provocaram. Em todo caso, adotado o sistema do registro para posterior avaliação, aqui vão elas.

Eu não acho que Ana tenha concordado em dar à luz o espírito de Augusto. A idéia de conciliação de objetivos em estágio de sonambulismo pode ser maravilhosa do ponto de vista da transcendentalidade do organismo perispirítico, justamente quando cumpre a função de elucidar a doutrina e permitir que as pessoas justifiquem muitos atos diferenciados que praticam no cotidiano de suas existências. É muito bonito e provoca justificado orgulho conceber que merecemos a simpatia de seres mais evoluídos que tenham presidido reuniões no etéreo em que se combinam atos de benemerência, seja por amor a outros seres, seja para se implementarem situações em que seremos testados, após as quais, em havendo vitória sobre o egoísmo ou sobre os vícios arraigados em nossa personalidade, evoluímos um pouco.

Entretanto, não tenho como aceitar o fato de a mãe, por uma lucubração acima do plano intelectual, em momento em que todo o sentimento está unido às forças de decisão da vontade humana, ainda mais sob a influência de seres mais poderosos, aflitos por darem a primazia do fado à vontade de Deus, tenha deliberado ajudar apenas parcialmente aquele ser que iria abandonar pouco depois.

Não é verdade que essas idéias ou essas emoções perpassaram pelo espírito do amigo leitor, julgando que, se o Espiritismo dava agasalho a princípio tão pobre em seu caráter moral, não deveria merecer a atenção desta leitura?


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Li e reli, durante as últimas duas semanas, o inteiro teor das expressões acima transcritas. Achei que estavam dignas de figurar como produto de minha modéstia. Mas não me agradei da superficialidade do texto. Por isso, demorei para retornar para este encerramento. É que fui atrás da bibliografia correspondente, tendo encontrado vários conceitos que reafirmavam a minha condição de comentarista. Satisfaço-me, provisoriamente, mas fique bem claro que, se não for capaz de entender esse ponto com mais proficiência, é certo que terei surpresas ao regressar ao plano da espiritualidade e for capaz de analisar com correção os acontecimentos que rodearam a época do entendimento entre nós três.

Não estará correto deixar algo em aberto para um futuro de muito pouco provável confirmação. Mas aqui apelo para o Espiritismo, que me assevera que poderei complementar as minhas memórias (agora, sim — e não mais “diário”) por via mediúnica. Fique o registro. Quem sabe terei a honra de comprovar mais essa hipótese espírita!

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