Não me deixa sozinha agora, amor.
Deixa que o mar que nos separa
nos encontre em doces vagas
e voluptuosas cicatrizes sarem de vez.
E, na procura, nos carreguem
aos pêlos que se confundem
com nossa negra e imensa noite,
que se esvai nas mãos
com que deslisas em minha face.
Que teus dedos se anteparem
em minha boca, que já te mordo.
Teu sexo é brasa em que me queimo,
onde roço a solidão
dos milhões de anos que nos separam,
na espera que termina
onde nosso amor culmina.
Muito maior que o mundo
é o desejo mais profundo.
Goza comigo.
Agora que somos juntos.
Teu sexo é mar em que me afogo.
É tua minha boca.
Como teu é meu corpo,
que num esgar se parte.
Esgares, esgares...
Onde estás que me excitas?
E por que me frutificas?...