Você sabe o que é amar?
Amor se define?
Como você reconhece que está amando?
Não sei como as pessoas responderiam a essas perguntas e se as repostas, de alguma forma, seriam convincentes para mim.
É difícil perceber como conseguirei dirimir as minhas dúvidas romanescas.
Se o caminho correto é raciocinar, devo estar me perdendo, firmemente emaranhada nos meus pensamentos e, por conseguinte, fugindo à realidade.
Sim, sonho mais do que deveria; o resultado é que vivo como um pássaro, a voar pelas distâncias intangíveis, disputando o espaço cósmico com aqueles que são seus habitantes naturais.
Viver nas nuvens... Puro idealismo!
As nuvens, por mais densas que sejam, não tem a consistência para um ser humano habitá-las. Além do mais, esta seria uma atitude equivocada diante de uma realidade carente de muito labor, de esforço contínuo para satisfazer a necessidade de sobrevivência.
Eu, pássaro imaginário, a cortar o infinito...
Como posso me desligar assim?
Estarei apta a fugir do que me cerca só porque considero que o amor me alcançou?
Se não for amor o que me leva a essa abstração, conseguirei algum proveito distanciada da existência real das coisas?
O sonho me transforma e me transporta. Transforma-me em alguém alegre, tolerante, carinhosa e terna. Conduz-me, porém, a um estágio de superficialidade e desmembramento do mundo real semelhante ao estado de apatia. São sentimentos diversos atuando concomitantemente sem que eu tenha o discernimento para separá-los e entender quando um começa e até onde vai o alcance do outro.
Sigo sem conseguir me estabilizar no sonho ou na realidade... Flutuando, apenas.
Isto é amor?