Esta noite, a morte me chamou.
Com braços ternos, prometendo descanso.
Calma e serena, sussurrou em meu ouvido,
uma melodia harmoniosa.
Fez juras de alívio das dores que sinto.
Ouvia bem leve aquele canto.
-Vem, é fácil, alivia tuas dores.
Teu corpo e tua alma cessarão e não
mais sentirás as amarguras da solidão,
a dor dos amores não correspondidos,
as incompreensões humanas, e essas coisas
difíceis do dia a dia.
-vem é fácil, toma a decisão.
Acordei encolhida e suando muito.
Sentei em minha cama. Abracei minhas
pernas, com o queixo sobre os joelhos.
A noite ainda alta,
deixava ver a lua majestosa
em todo o seu esplendor. Lua divina
que é a minha paixão. Passo horas
observando sua luminosidade, somente
possivel pelo reflexo do sol.
Pensava naquele convite, tão generoso,
oferecendo o que todos queremos,
descanso.
Entretanto, não quero o descanso eterno,
não por enquanto. Quero apenas o descanso
passageiro, aquele que é permitido a todos
os mortais.
Aguardarei o momento certo, que espero
esteja distante dos dias atuais.
Respondi para os meus pensamentos. Agora não,
não neste momento. Morte não me espere, siga
seus caminho.
Deitei de lado, fechei os olhos e dormi.