Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63337 )
Cartas ( 21353)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22580)
Discursos (3249)
Ensaios - (10717)
Erótico (13596)
Frases (51866)
Humor (20198)
Infantil (5632)
Infanto Juvenil (4968)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141349)
Redação (3361)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6370)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Racismo e Economia -- 04/10/2006 - 10:09 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Racismo e Economia

por Thomas Sowell (*) em 03 de outubro de 2006

Resumo: Muitos “líderes” e “porta-vozes” que romantizaram os distúrbios em bairros pobres como “levantes” contra a opressão estão agora demonstrando sua ignorância tanto de História quanto de Economia.

© 2006 MidiaSemMascara.org


A afirmação de Andrew Young de que os negros têm sido “roubados” pelas lojas de judeus, coreanos e árabes foi altamente criticada e ele se desculpou. Mas, essas observações irresponsáveis têm implicações muito mais amplas que Andrew Young e que as repercussões que elas tiveram.

Por décadas, uma das maiores deficiências de muitos dos “líderes” e “porta-vozes” de comunidades negras tem sido a completa falta de conhecimento de Economia.

É uma questão puramente factual que preços tendem a ser mais elevados – e menor a qualidade do serviço e dos produtos – em lojas de bairros de mais baixa renda. Mas, a suposição irrefletida de que isso representa “exploração” ou “racismo” ignora a economia da situação.

Muitas das lojas dos guetos[*] que exibem preços mais altos estão lutando pela sobrevivência, enquanto que os supermercados, em outros bairros, são muito lucrativos, exibindo menores preços. Há muitas razões para isso.

A razão menos provável de ser considerada por aqueles que culpam os donos de lojas é que o crime, o roubo, o vandalismo e os distúrbios de rua aumentam os custos dos comerciantes, tanto por aumentar o preço do seguro pago por eles, quanto por exigir a contratação de seguranças para seus negócios.

Os custos da entrega de mercadorias a pequenas lojas de bairro são também maiores do que os custos de entrega de mercadorias a grandes supermercados. A entrega de cem caixas de leite a um supermercado é mais barata do que a entrega de dez caixas de leite a dez pequenas lojas espalhadas pela cidade.

Vender $50 de mercadoria num supermercado leva menos tempo que vender dez vezes $5 de mercadoria numa mercearia de bairro. Retorno mais rápido é um dos fatores para os baixos preços dos supermercados.

Um supermercado pode prosperar com um centavo de lucro em cada dólar, porque esse dólar volta a ser usado muitas vezes no curso de um ano.

Se o estoque de um supermercado se esvazia em duas semanas, aquele centavo volta 26 vezes no curso de um ano. Isso significa que um centavo de lucro em cada dólar se torna um lucro de mais de um quarto de dólar anualmente.

Poucas lojas de bairro podem realizar tal façanha. Não só os custos do pequeno comerciante é maior, mas também a baixa velocidade de retorno de seu estoque significa que mesmo preços mais altos podem não ser suficientes para compensar tais diferenças.

O efeito cumulativo de tais diferenças de custo é que os preços são freqüentemente maiores e, ao mesmo tempo, as taxas de lucro menores em bairros pobres.

Um dos fatores que limitam o quanto as lojas de guetos podem cobrar é que muitos dos residentes desses guetos já fazem suas compras em outros bairros, quando os preços da economia feita é suficiente para cobrir as passagens de ônibus ou de táxi.

Cada aumento de preço significa um risco de perda de clientela.

Muitos dos próprios “líderes” negros que acusam os pequenos comerciantes de lucros exorbitantes também reclamam que os supermercados poucas vezes se localizam em guetos. Será que eles pensam que os supermercados não gostam de dinheiro, já que os guetos são tão lucrativos?

A baixa qualidade de muitos bens e de serviços nas lojas dos guetos é também um resultado do que acontece em tais localidades, ao longo dos anos.

Minha sobrinha, morando no Harlem, próximo de onde eu cresci nos anos 1940, está sempre reclamando da baixa qualidade de bens e serviços, como também dos preços altos – coisa que eu não experimentei quando lá vivi, na minha juventude.

Havia muito mais lojas em 1940 e seria suicídio, para qualquer loja, tratar seus clientes da forma com que as atuais lojas de guetos tratam os seus, hoje em dia.

O que aconteceu entre aquela época e agora? Os distúrbios de rua em guetos começaram nos anos 1960. Muitas lojas que foram saqueadas ou queimadas naqueles distúrbios nunca mais reabriram as portas. Nem tampouco houve alguém que viesse de fora para substituí-las. Nem mesmo os residentes do local se dispuseram a isso.

Pessoas que não têm nem a eficiência nem a gentileza e cortesia para competir com outras lojas em bairros de classe média podem sobreviver tocando seus negócios em guetos, por causa da falta de competição.

Muitos “líderes” e “porta-vozes” que romantizaram os distúrbios em bairros pobres como “levantes” contra a opressão estão agora demonstrando sua ignorância tanto de História quanto de Economia. Aqueles moradores, que não tiveram nada a ver com os distúrbios, estão ainda pagando o preço.


Publicado por Townhall.com


Traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo


(*) Thomas Sowell é doutor em Economia pela Universidade de Chicago e autor de mais de uma dezena de livros e inúmeros artigos, abordando tópicos como teoria econômica clássica e ativismo judicial. Atualmente é colaborador do Hoover Institute.




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui