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Ensaios-->UM AVIÃO QUE SE CHAMAVA ARCO-ÍRIS (narrativa histórica) -- 24/09/2006 - 18:53 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
«Há sempre um arco-íris», até na História da aviação. Foi há muitos, muitos anos, mais de setenta, em França...
Depois dos velhos hidroaviões serem abandonados, tinha sido encontrado, finalmente, o avião ideal para ligar a Europa à América do Sul. Tratava-se do Arc-en-Ciel (Arco-Íris).

Pilotado pelo lendário Jean Mermoz, aquele trimotor fez a sua primeira travessia do Atlântico em Fevereiro de 1933. Após descolagem do aeroporto do Bourget e uma escala em Istres, Mermoz teve o seu primeiro contratempo em Porte-Étienne (Mauritânia) com a quebra de um vidro. Descolou em seguida para S. Luís do Senegal. Atrasado de novo, agora em virtude de chuvas diluvianas, o avião só pôde deixar o continente africano três dias mais tarde, tendo aterrado 14 horas e 27 minutos depois no Natal (Brasil), após uma viagem à velocidade média de 230 km/h. Foi acolhido triunfalmente.
Em 1934, graças ainda ao Arco-Íris, que efectuou o percurso oceânico, e a outros aviões que, dum lado e doutro, fizeram os percursos sobre terra, o correio da Europa foi transportado até Buenos Aires em dois dias e quinze horas, batendo o recorde dos alemães que o faziam em seis dias, utilizando dirigíveis e hidroaviões.

O inventor e construtor do Arco-íris foi o engenheiro René Couzinet, nascido em 20 de Julho de 1904 e que, aos 18 anos, já registara várias patentes relativas à aviação.
Em Maio de 1927, estando a cumprir o serviço militar, assistiu à chegada de Lindbergh que acabara de ligar Nova Iorque a Paris com o seu avião. Couzinet tinha projectado construir um avião comercial transatlântico, um trimotor muito avançado para a época. Depois de transmitir o seu entusiasmo a várias entidades, obteve muitos apoios o que lhe permitiu começar a construção três semanas mais tarde.
Em Março do ano seguinte, o Arco-Íris era apresentado à Imprensa. Os seus três motores eram acessíveis para reparação em voo, tinha um raio de acção de 10 000 km e podia voar a mais de 200 km/h.
Em Agosto, uma manobra mais arriscada provocou um acidente que destruiu o avião, mas René Couzinet conseguiu o apoio da cidade de Biarritz, que organizou uma subscrição e lhe permitiu construir um novo protótipo.
Em 1930, um incêndio destruiu-lhe tudo e foi necessário recomeçar. No princípio de 1932, o terceiro Arco-Íris sai da fábrica, com muitas inovações: a envergadura tinha passado para 30 metros, a potência da cada motor era de 650 cavalos, o raio de acção atingia os 11 000 km e a velocidade máxima seria de 285 km/h.
O Arco-Íris efectua com sucesso várias travessias regulares do Atlântico Sul em 1934, mas nenhuma encomenda oficial se concretizará apesar de muitas promessas. Couzinet desanima pois eram muitos os discursos e as flores, mas era torpedeado cada vez que uma encomenda parecia surgir no horizonte. A sua fábrica acaba por fechar devido à falta de trabalho.
Com o apoio de Mermoz, René Couzinet insiste em vários projectos, mas o desaparecimento daquele, em circunstâncias trágicas, e o começo da guerra foram golpes de misericórdia impiedosos. Fixa-se no Brasil em 1940 e volta mais tarde a França para fazer parte da Resistência à ocupação nazi.

Acabada a guerra, recomeçou tudo, construiu mais aviões e inventou mesmo um hidroplanador, o primeiro que foi construído em solo francês.
As encomendas porém continuavam sem aparecer. René Couzinet parecia estar excomungado...
Cansado de tudo e de todos, desaparece em 1956. Com ele partiam igualmente vários sonhos, entre os quais um que fora realizado, que se chamou «Arco-Íris» e que ficou para sempre na história da aviação mundial.





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