Pergunta que fazemos a nós mesmos em determinados instantes da vida. Esse questionamento não coincide necessariamente com nossos momentos de angústias e decepções. Muitas vezes tentamos entender a lógica dos acontecimentos em que somos envolvidos, sejam eles de alegria ou tristeza. Podemos nos julgar merecedores ou não, dependendo da maneira pessoal como interpretamos o funcionamento do mecanismo evolutivo.
Deixando de lado as religiões e seus dogmas, procure pensar apenas na lógica que envolve esse mecanismo. Não importa se existe um Deus que criou essa coerência que mantém o universo em equilíbrio perfeito. Podemos não acreditar naquilo que não entendemos, mas não podemos negar a existência de tudo aquilo que vemos. Um ser que nasceu e cresceu isolado do mundo, pode não entender como a chuva se forma, no entanto, quando o céu se fecha em nuvens negras, ele certamente irá procurar abrigo. Da mesma forma, podemos constatar a existência da coerência universal, sem necessariamente compreeendê-la de forma completa e racional. Basta olhar ao seu redor e pensar um pouco. Pensar na energia que cria a vida animal, vegetal, mineral e humana. Pensar na energia que equilibra o universo com suas estrelas e planetas.
Imagine uma energia 'creadora' (termo usado por Huberto Rhoden***), um ser amórfico que surgiu do nada - a forma do surgimento, neste caso, é irrelevante - sendo a sua essência, resultado das experiências vividas e sentidas, numa consciência única, interligada pela energia das emoções. Uma espécie de 'inconsciente coletivo universal' que extrapola os estímulos aos quais o ser humano se expõe e que normalmente são avaliados unicamente em nível sensorial. As energias extra-sensoriais, embora não percebidas em termos de modalidade, intensidade, tempo e localização, também se incorporam à essência desse todo que cresce qualitativamente, independente da compreensão integral de seu mecanismo por parte do ser humano.
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***'Huberto Rohden ex-jesuíta e filósofo. Fez estudos no Rio Grande do Sul, formou-se em Ciências, Filosofia e Teologia em universidades da Áustria, Holanda e Itália. Publicou mais de 65 obras sobre ciência, filosofia e religião. Pesquisador bolsista na Universidade de Princeton, New Jersey, onde conviveu com Albert Einstein e lançou o movimento de âmbito mundial da Filosofia Univérsica.'
