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Ensaios-->ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS -- 23/06/2004 - 14:33 (Moura Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS
SANTUÁRIO DE AUGUSTO DOS ANJOS

*Moura lima





















Na manhã convidativa, de céu claro, que se estendia sobre a hospitaleira João Pessoa, depois de um agradável passeio pela praia de Areia Vermelha e um rejuvenescido banho de mar, desloco-me da Manaira para o centro da cidade, e misturo-me à multidão,que circulava pela praça Sólon de Lucena, ora nervosa, ora apática, mas sempre apressada, e dirijo-me para o centro histórico, passo pelo mosteiro de São Bento, entro na rua Duque de Caxias, famosa pelos vultos ilustres, vou olhando os belos casarões coloniais, o sobradão onde residiu o marechal Floriano Peixoto,quando esteve a serviço do exército na Paraíba, e eis que me surge na esquina, quase defronte a igreja de São Francisco de Assis - o casarão secular da Academia Paraibana de Letras – soberbo e imponente. Diriam os nostálgicos que fora, no passado longínquo, residência de Augusto dos Anjos, mas, para comprovação histórica, falta a prova documental.
A Academia Paraibana de Letras foi fundada em 14 de setembro de 1941, por Coriolano de Medeiros, e tem como distintivo um sol nascente com a legenda “Decus et Opus”, significando “Estética e Trabalho”.
No pórtico da casa de Coriolano de Medeiros, sou recebido pela historiadora Tânia, que amavelmente me conduz para o interior do casarão, e vai-me mostrando as instalações; logo percebo a competência administrativa do presidente Joacil Pereira de Britto, como ele próprio assevera: - “É preciso gostar do encargo e não do cargo”.
A professora Tânia mostra-me o jardim Academus, onde estão perpetuados no bronze os bustos das personalidades ilustres da história cultural paraibana, que contribuíram para a grandeza do estado.
Já no salão nobre, vejo um quadro em tamanho grande, em cores vibrantes, mas representativo, na visão criadora do artista, de cenas do livro de Ariano Suassuna “A Pedra do Reino”, onde o autor recria o patriarcalismo rural, em que Ariano transforma vaqueiros, matutos em fidalgos e reis, e cria o personagem Quaderna, uma espécie de Dom Quixote às avessas, plotado nos sertões brasileiros, de Serra Talhada e Pedra Bonita.
Ato seguido, ainda no salão nobre, passo a autografar a minha obra literária, começando pelo romance Serra dos Pilões-Jagunços e Tropeiros, Chão das Carabinas, Veredão e Negro d’Água, e, no final, repasso para o acervo o livro de ensaio da critica brasileira de Goiás, professora Moema de Castro e Silva Olival “Moura Lima – A Voz Pontual da Alma Tocantinense, assim como, também, o livro do crítico literário piauiense Francisco Miguel “Moura Lima – Do Romance ao Conto – Travessia Fecunda pelos Sertões de Goiás e Tocantins.
Do salão nobre, vou para a sala onde está instalado o memorial Augusto dos Anjos, e, ali, vejo à mostra o livro EU, correspondência do poeta do século, e fico pensando como a providência é rica em mistério e dádivas , pois colocou numa mesma região uma plêiade de grandes escritores para a glória da literatura brasileira. Vejamos: no Pilar, no engenho Corredor, veio ao mundo José Lins do Rego; no vizinho município de Sapé, no engenho Pau d’Arco, nasceu Augusto dos Anjos e, em Areia, o autor de A Bagaceira – José Américo.
Augusto dos Anjos foi o poeta da dor, da melancolia e da morte, que soube usar com mestria as metáforas e os adjetivos delicados no meio das terríveis frases fúnebres.. Mas, fora do cenário cadavérico, dos vermes, da bacteriologia inventariante, era de uma santidade artística invejável, pontilhada de um lirismo espantoso.
O sol se aproxima do zênite no céu azul paraibano, quando deixo a casa de pensamento Coriolano de Medeiros, e dirijo-me para Cabedelo para conhecer a Fortaleza de Santa Catarina, e, ainda, no final do dia, pretendo ver e assistir, ao som de Ravel, o pôr-do-sol na praia fluvial do Rio Paraíba – Jacaré.

* Moura Lima é advogado, romancista, contista, ensaísta e membro da Academia Tocantinense de Letras e Piauiense. É autor de vasta obra literária. E-mail: j.mouralima@zipmal.Com.br
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