Brasil, país de “vagabundos” execrados por um sociólogo emplumado e condenados à improvidência de uma traiçoeira “reforma” previdenciária de um “trabalhador” sem calos nas mãos, bom de discurso e péssimo pagador de promessas.
Os aposentados, as pensionistas, os servidores públicos, os militares, os magistrados e outros mal-aventurados brasileiros são sentenciados a pagar o preço que lhes impõem os “salvadores da pátria”, para que expiem o pecado de levar o Brasil à bancarrota, como, cinicamente, lhes impingem os fazedores de “espetáculos de crescimento”.
A reforma tributária não reforma nada, mas serve de moeda política para conchavos e acordos para beneficiar governadores de brasis café-com-leite, aratacas, e de plagas outras que não configuram uma federação de fato, mas uma confederação amesquinhada por interesses corporativos disfarçados de regionais.
Do leonino Imposto de Renda ninguém pode estrilar, pois quem o fizer logo será rotulado de assassino da galinha dos ovos de ouro por ex-trotsquistas convertidos em porta-vozes do Fundo Monetário Internacional. Verdadeiros transformistas de uma antiga Liberdade e Luta, os agentes da Economia do governo da esperança hoje só prezam a liberdade para tributar. Aliás, galináceas é que não faltam na vocação criadoura dos atuais ocupantes do Palácio da Alvorada, uma vez que os eleitos pela confiança do brasileiro garnizé projetaram a construção de um galinheiro cinco estrelas para galiformes de crista vermelha.
A “elite” do Brasil, combalida pela derrota eleitoral imposta por quem lhe prometia combate sem trégua, refluiu de suas posições, amedrontada ante o risco de perder status e poder. O refluxo levou-os ao apoio desabrido e a alianças nunca dantes imaginadas, fazendo o brasileiro decepcionar-se ante a constatação de que o novo nada mais é do que o velho travestido. Só mudaram as moscas, dizem as pesquisas de opinião...
Em meio a essa orgia política surgiu uma nova casta, uma nova ordem de brasileiros. Gente justa, idealista, guerrilheira do bem, vítima de uma ditadura, exilada, asilada, perseguida, torturada, espancada, amordaçada, censurada, coagida, mas, acima de tudo, anistiada. Gente a quem foi dado o direito de assassinar, seqüestrar justiçar, expropriar falsear e falsificar.
Tudo pela causa! Tudo pela luta contra a ditadura!
Quanto maior o currículo criminoso ostentado, mais eminência desfrutam os bravos heróis da “resistência democrática”.
A linhagem assim surgida, a bem da verdade, não tem a paternidade dos atuais detentores da faca que agora corta o queijo de todos nós. Por justiça, creditemos a certos ex-terroristas-ex-ministros, infratores de uma ex-lei de segurança nacional e integrantes de um ex-governo de ex-auto-exilados, a criação de seres extraordinários, que se projetam muito acima de tudo e de todos. Aos “ex” fica o crédito pela formação de uma empresa de captação de recursos públicos para saciar a sede e a fome de desavergonhados: a Anistia Sociedade Anônima, hábil em abarrotar os cofres dos “famélicos” anistiados.
Agora, o Supremo Mandatário do país e Grão-Mestre da nova ordem, o “anistiado” Luiz Inácio Lula da Silva, em eloqüente demonstração de desprezo pelos brasileiros de segunda classe, vem propor a isenção do Imposto de Renda para os associados da Anistia S/A. Ele próprio ficará isento de gravar a sua “modesta” pensão. Afinal, por que pagar? Se a luta continua, companheiro, ele não tem mais nada com isso, pois já pagou a sua cota de sacrifício pelo Brasil, conhecendo o cárcere dos gorilas, mesmo que tenha sido só de mentirinha...
Os tecnocratas asseguram que indenização não é renda; sendo assim, não há razão para os anistiados pagarem imposto. Renda, para eles, têm os trabalhadores, de quem mordem na fonte, desse modo assegurando recursos para garantir o capital de giro da Anistia S/A.
Tudo isso para que Carlos Henrique Gouveia de Mello, vulgo José Dirceu, possa rir de todos nós, na opulência do cargo de Rei da Cocada Preta e Grão-Vizir dos novos tempos.
Viva Cuba e a revolução! Viva a Casa da Moeda e viva a indenização! Fome Zero é para quem pode!