Foi quando lhe perguntaram daqueles dias na neve de Gramado. Neve alva sobre sua bota marron. Sobre seu casaco de pele de cervo americano.
Suas mãos tiritavam sobre o céu gélido do Rio Grande do Sul, que ainda não conhecia direito.
Foi a Porto Alegre, depois Uruguaiana. Fronteira de Rosário do Sul e Alegrete.
Pensou que todos nós fôssemos argentinos.
Mas gostou mais de Gramado. Da nevasca que encheu os hotéis e dos lagos congelados.
Chocolate quente, amores sob lençóis e cobertas pesadas.
Ela estava linda na sua indumentária brega de norte-americana.
Era linda pelos cabelos negros protegidos por um tipo de gorro de pele. Restos de um castor na cabeça.
Politica e esteticamente incorreta. Mas sabia amar.
Depois tomou um aviâo no Salgado Filho e partiu.
Alguém andou nos EUA e lhe perguntou sobre nosso caso.
Disse que sentia saudades do chocolate de Gramado.
Só?