Durante a tempestade a tripulação do Thétys confirmou a lenda do holandês errante. A ópera se esboçava.
Aportaram finalmente nas costas inglesas. Via Boulogne-sur-Mer, foi a Paris indo morar na casa onde nascera Moliére.
Apesar de levar inúmeras partiuturas para os grandes da época em Paris, como Meirbeer, a coisa não foi muito boa. Ninguém queria saber da sua ABERTURA FAUSTO, ou tomar conhecimento de suas obras.
No entanto, 1840, sem tirar O NAVIO da cabeça Wagner informa que a balada de Senta – provavelmente primeira canção da ópera a ser composta - a canção dos Marujos, estão prontas para audição. Em seguida, após contato com a sinopse, Pillet, o diretor do Ópera de Paris se mostra interessado, mas o tal Pillet oferece 500 francos pelo esboço e confia a partitura e libreto a terceiros.
Sem dinheiro Wagner e Minna iam a Paris a pé, comendo champignons pelo caminho, em lugar de refeições comuns. Em seguida o frio. A umidade. Da Alemanha diziam que não era um ópera própria para alemães.
Nova mudança, agora para Dresde, onde RIENZI estava sendo reapresentada. Sucesso de RIENZI, abriu espaço para O NAVIO FANTASMA. A excelente cantora Wilhemine Schroder-Devrient era muito admirada por Wagner. A balada de Senta, a seu pedido, foi transposta para tons mais baixo para lhe facilitar o canto.
No entanto O NAVIO naufragou depois de quatro apresentações. Dessa lição Wagner percebe que suas obras necessitam de cantores-cantores com o físico do papel. É necessário que se busque uma nova concepção de abordagem daquilo será o drama in musica. Apesar disso viam méritos em Wagner. Foi nomeado mestre de capela da Corte Real de Saxe.
O NAVIO FANTASMA não faria a mesma carreira que TANNHAUSER, TRISTÃO E ISOLDA ou a saga do ANEL. Mas inaugurou a série de dez grandes óperas e ocupa lugar em Beyreuth.
Como escreveu Wagner à sua irmã Cecile: O NAVIO abre caminho lentamente.
