Em 1839, após intensa tempestade ao sul da Noruega, o capitão e seis tripulantes mais três passageiros faziam o que podiam pelo navio. Havia ali um alemão de vinte e seis anos e sua esposa. O jovem era Richard Wagner que fugia de uma situação de dívidas na Alemanha indo a Paris, ainda na tentativa de tentar a carreira musical de construtor de óperas que tanto interessava.
Wagner começou como maestro de Coro, na época escrevia sua primeira ópera – AS FADAS. O processo de encenação foi difícil por incompetência e má vontade, próprio das cidades interioranas, e tomou o cargo de Diretor Musical do Teatro de Magdeburgo. Ia rejeitar o posto quando conheceu Wilhelmine Planer (Mina), que era atriz da companhia. Salário baixo, casamento com Minna, pagos com atraso levou Wagner a uma escalada de dívidas, já escrevia, então, A PROIBIÇÃO DE AMAR, que acabou em tremendo fracasso, com a falência de teatro e companhia.
Minna foi para outra cidade – Konisberg - onde tinha um bom emprego enquanto Wagner, que a acompanhou não teve sorte igual e passou para segundo plano. No entanto fez amizade com Abraham Moller que o ajudou a se desembaraçar de seus credores. Esse mesmo advogado arranjou para Wagner a posição de Diretor Musical do Teatro de Konisberg. Mas, novamente o Teatro foi à falência. Para piorara a situação Minna fugiu com um dos admiradores.
A cidade de Riga – território russo - no entanto, convidou Wagner para assumir a direção do Teatro. Minna, arrependida voltou, sob condição: ela deverai largar a carreira de cantora e atriz. Em contrapartida Wagner teria que sustentar os dois e as dívidas começaram a crescer.
Nessa época estava com partes de Rienzi escritas, o contrato com Riga ia terminando, por isso escrevera para Scribe – libretista francês – o esboço de uma ópera – A NOIVA SOBERANA – baseada no livro de Heinrich Konig, além de algumas partituras de A PROIBIÇÃO DE AMAR, Sem um claro oferecimento de apoio resolveram ir a Paris.
Atravessaram de barco, à noite, fugindo dos credores, atravessando o Báltico em 8 dias. Depois, ao sul da Noruega, a tempestade, a parada em pequenos portos de pesca. Ouviam os gritos dos marinheiros noruegueses nos fiordes, provavelmente foram pontos de inspiração para a criação do seu O NAVIO FANTASMA.