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Ensaios-->Pequeno ensaio sobre o conto "O alienista" de Machado. -- 21/11/2002 - 11:11 (Renato Junqueira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um pequeno ensaio, porque odeio delongas e porque outros comentários e ensaios sobre o livro não dizem nada. Enrolam apenas. O livro mostra, além de tudo, quem era Machado de Assis.

O Alienista tentava curar a loucura das pessoas através de ciência, a qual ele sabia até bem os procedimentos formais. Para quem não reparou no conto, o alienista era o cara mais singular, mais ímpar e atípico de todos. Era um cara extramente culto, bom, generoso, calmo ao extremo, e com dedicação a ciência que levava nas raias da obceção. Ou seja, o mais 'louco' no conto era o próprio Alienista, e, ao mesmo tempo - uma grande sacada de Machado- o que aparentava ser mais normal.
O Alienista usa de procedimentos científicos louváveis, e chega há uma razoável definição de loucura: Quem era obcecado por algo era louco, então a cura se resumia em eliminar essa obceção. O Alienista prendeu a maioria dos cidadãos da cidade cobaia e, com seu procedimento louvável de fazer ciência, percebeu logo que o significado de loucura era vazio se a maioria das pessoas era louca. Soltou todo mundo.
Com sua louvável visão científica, otimizou e resumiu a definição de loucura para as pessoas mais atípicas, não demorou muito para que as pessoas mais íntregas e altruístas acabassem no cárcere de seu manicômio.
Pensou ter curado a todos, levando à prova o altruísmo e a integridade de seus novos 'loucos'. Todos tinham limite em integridade e altruísmo, quer dizer, não eram todos santos. Soltou de novo todo mundo.
E mais uma vez, com seu admirável senso crítico, o Alienista questionou sua conquista em curar todos os loucos de maneira tão fácil e percebeu que a ganância e uma pequena falta de integridade fazia parte de todos, como foram levados ao extremo para serem corrompidos, se corromperam.
Outra vez, com seu atípico e bem apurado senso crítico, chegou a conclusão de que era o mais diferente de todos, se manteve recluso na casa tentando se curar e se tornar 'normal'. Morreu tentando.
Morreu tentando porque, como bem Machado de Assis sabia, cada alma é diferente da outra de alguma forma. O própria Alienista não percebeu sua obceção pela ciência, por essa cura da loucura que o acabou levando a morte. O final deixa claro a idéia que o Alienista tinha era de que só os normais eram loucos, os loucos que eram os normais por serem a maioria. Como ele era o normal... e, mesmo assim, não percebeu sua obceção louca pela cura da loucura, isso o fazia louco como os outros, que agora, em sua definição, era ser normal. Ou seja, O Alienista morreu pela sua falta de observação em ver que não poderia chegar a uma boa definição de loucura, sem fazer com que a maioria sempre fosse louca e porque quem nasce com uma personalidade, seja de um tipo ou de outro, morre com ela.
Vendo o texto, se percebe que alterando uma ou outra característica do Alienista, você tem a personalidade de Machado de Assis; mas, como eu disse, uma das diferenças era que Machado era mais observador que o próprio Alienista com toda sua ciência e aparatos científicos.
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