'Ela faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam um sinal na mão direita e na testa, para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver o sinal, o nome da besta, ou o número do seu nome.
Aqui está a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o numero da besta, porque é número de homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis.' ( Livro do Apocalipse 13, 16-18 )
O texto poderia acabar aqui, já que muitos nem sequer terminarão de ler esses dois primeiros parágrafos. 'É coisa de crente chato!', muitos dirão. Mas não é essa a minha intenção. Não é evangelizar, muito menos apedrejar os 'bibliomaníacos'. Venho colocar em discussão esse assunto tão polêmico: o número da besta. Quem acredita nisso? Você pode me dizer que não, mas nunca usaria o 666 em qualquer coisa que fosse, seja na placa do automóvel, seja no número do telefone.
Seria esse número tão amaldiçoado? Pra começar, não há certeza de que é ele que consta realmente na Sagrada Escritura. Explico melhor. Na antigüidade, época em que a Bíblia teria sido escrita, os números eram expressos por letras do alfabeto. A tradição manuscrita registra duas leituras: uma, 616, que daria, em letras gregas 'César Deus'; a outra, melhor aceita, é 666, que corresponde, em letras hebraicas, a 'César Nero'.
A partir desse trecho do Livro do Apocalipse citado do início, muitas são as teorias e as profecias, inventadas pelo nosso imaginário ou, quem sabe, não. Não posso julgar se são verdades ou mentiras. Muitas caíram por terra. Mais recentemente, a profecia de que o mundo iria acabar em 1999, que, segundo os especialistas, representa 666 ao contrário. O 'fim do mundo' virou tema de filmes, seriados e até uma mini-novela da Rede Globo, além de um especial do 'Casseta & Planeta'. Nostradamus iria gostar.
Se fôssemos falar sobre todas as teorias apocalípticas, gastaríamos muito tempo ( e papel ) discutindo Hitler, Napoleão, Bush, o futuro Papa. A propósito, alguém já tentou fazer as contas em números hebraicos ou gregos? Não importa, quero falar de duas coisas que me chamaram a atenção: o projeto Genoma e a Internet.
A respeito da Internet, me falaram que a letra W pode ser expressa, no computador, por VI, que em algarismos romanos representa o numero 6. E www se torna 666. E, do jeito que as coisas vão, daqui a algum tempo não poderemos mais comprar ou vender sem o uso da Internet.
E o projeto Genoma, o que tem a ver com isso? Eu também não sabia, até que, numa reportagem na TV, eu ouvi que os envolvidos no mapeamento do código genético humano planejam criar um microship onde estará gravado um número correspondente a esse código, o que identificará cada pessoa. Sendo esse microship a futura 'carteira de identidade', todos terão que usá-lo na mão e na testa. Funcionará também como uma espécie de 'cartão de crédito', e todas as transações comerciais serão feitas através dele. E é número de homem.
É de se espantar, mesmo para quem não é um fiel seguidor da Bíblia. Seriam fantasias, neuroses, manias? Como já disse antes, não posso julgar. Assim como não posso julgar a veracidade dos santos. É bom parar por aqui, porque questões religiosas dão muito 'pano pra manga'. Pode ficar para outro ensaio. Mas, desde já, fiquem com Deus e que 'Roque Santeiro'(ou Cabo Jorge) os proteja.
