Usina de Letras
Usina de Letras
42 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63156 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51638)
Humor (20168)
Infantil (5587)
Infanto Juvenil (4930)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6347)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->OS TRENS, OS MORROS, OS MORTOS, O POVO! -- 24/02/2002 - 03:02 ( Marcello ShytaraLira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



OS TRENS, OS MORROS, OS MORTOS, O POVO!

Estou na porta do botequim
Sentado na calçada observando os transeuntes
Lá dentro meu amigo Gordo com Seu Joaquim
Ambos travando uma guerra santa
É a escassez do que tudo pode comprar
Algum tempo se leva e meu amigo vence, enfim!
Aparece com uma broa e um copo de suco...
Será nosso rango de mais um dia de trampo...
Ao morder a broa olho para a selva
Vivendo ao meu redor, me subestima...
O sol vem batendo forte
Estamos na baixada
Em suas trilhas de ferro...
Feita de sangue à arte
Em todos rondando está a morte
Saímos do botequim rumando para o norte
Quanta gente correndo atrás do sossego...
Na estação pegamos o primeiro trem
Não nos importamos para aonde vai
Apenas entramos e deixamos que nos levem...
Olho pelas portas abertas
Numa delas meu amigo de braços abertos
Gritando em felicidade aos que fora estão
Vejo amor naquele gesto humano...
Sinto o calor fluindo de seu coração...
Também me deixo contagiar
Por aquela alegria de viver...
Mas quando estou numa das portas
Vejo um anônimo na grama estático
Fico então sabendo: mas um presunto...
Não sei que vida a vida lhe trouxe...
Descobri...
Aquele não é mais..., Agora só uma estatística...
Aprendi...
Aproveitarei-me ao máximo, pois ainda tenho luz!
Durante alguns minutos um tributo ao morto
O sol lá fora brilhando
Percebo...
Então, que um sai, milhares entram...
E tocamos adiante junto com o trem
O que passa só passa... Irreversível...
Enfim estação final, descemos
Deslumbro-me com os morros
É tudo o que não imaginei
Soberbos, nostálgicos... E morros!
Aquelas ladeiras me conquistaram
Subindo ao lado de meu amigo
Deparo com homens negros
Em suas bocas a altivez do orgulho
Suas mulheres lindas a sorrirem
Rebolando os requebros do eterno viver...
As crianças estupefatas a admira-los!
Conheci o samba...O que é escola...
Vida, paixão e morros de um povo...
Que do alto lançam seus beijos
Para aquele que não recebera o nome, mas é...
O gigante das orlas!
Este em retribuição absorve de seus corpos
Eternos pecados da vida cotidiana...
Aqui todos têm, alma indiana...
Notei...
A ambição deles é o que eles já possuem
Também fotografei aquelas imagens
Nunca mais iria me esquecer
Os trens, os morros, os mortos, o povo...
Eu estou aqui soberano nas nuvens
Sem asas, mas voando...
Empírico...Vi!
Não é necessário muito...
Não existe o muito...
Aqui já é tudo.

Shytara
Infelizmente nesta data meu amigo gordo já desincorporou, que descanse em algum lugar neste infindo céu celeste..., EM PAZ.
TRIBUTOS SÃO POUCOS..., MAS DOU-LHE
Sampa
04/01/01
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui