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Ensaios-->As ruas de terra eis minha terra! -- 17/02/2002 - 00:39 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cercada de morros e casas amontoadas, casas mal pintadas, casas não pintadas, casas não rebocadas e casas bem amadas. Esgotos de água preta, podre e cachorro morto boiando com os vermes se divertindo, matando a fome e morrendo afogados. Tem arvorais, matagais e terrenos baldios que servem como casulo pra desova, clandestinas covas, fósseis humanos que não virarão petróleo, mas servirão como combustível para o ódio e tristeza das famílias.
E o choro mais uma vez vai ecoar por entre os becos se esvaindo nos escadões.
Aqui a chuva não é tão bem vinda assim como nos sertões, Deus, trocai a localização das chuvas!
A enchente leva barracos, barrancos, sofás, fogões, cesta básicas, sonhos e queimam televisões (nesse caso é uma mensagem dos céus).
Só não vejo hospitais por perto, só à uma hora daqui, daqueles que chega um baleado trazido pela rota e os policias já avisam os médicos – é ladrão não se empenham muito não – e o médico cumpre a ética e deixa a hemorragia interna chegar, a desculpa esfarrapada: que a UTI estava lotada, vida selada com a etiqueta no dedão no IML.
Os tiros ecoam nas madrugadas pessoas já acostumadas, distinguem rojões de saraivadas. Vira-latas latindo ao ouvir passos na rua deserta, os postes que mal iluminam escondem ora a covardia de um homicida ora a honestidade de um trabalhador levantando as quatro pra pegar o ônibus.
O campo de futebol de várzea faz a alegria de domingo, maconha na beira do campo, juízes que apitam armados e samba na sede do time.
No bar o baralho, dominó e cachaça ocupam as mentes.
A vida aqui sobrevive em meio ao caos, morre nas vielas e renasce nas feiras, morre de novo nas calçadas e vive depois em dia de clássico nos bares, morre no balcão no copo de pinga e revive no brinde de cerveja com copo americano, nasce no brilho falso de uma carreira de coca e morre nas dívidas com bocadas, morre na frustração do desemprego e da falta de dinheiro e nasce na esperança de mudança de reação...morre e nasce todo dia.
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