Houve um tempo, que não é tão distante, em que havia menos carochas e mais ação das autoridades. Referia-se a estas últimas, como as 'autoridades responsáveis'. Ainda hoje, subsiste o substantivo. Mas, o adjetivo, onde foi que se perdeu ?
Terá sido, porventura, nos desvãos do caráter ?
Os campos são vastos, pois a ausência do adjetivo, é quase total. Mas, enveredemos pela área onde esta ausência é mais importante. É a área, que deveria responsabilizar-se pelos cuidados e, dedicar sua atenção àqueles que, bem ou mal, representam o futuro da sociedade e da nação ( estes dois últimos substantivos estão, de tal forma desimportantes, que tenho dúvidas, sinceras, sobre escrevê-los com letras maiúsculas ).
Mas, tornemos aos de menor idade !
Este tempo a que me refiro; quando a indústria de normas, não era ainda tão produtiva, havia quem cuidasse efetivamente, dos menores.
Tinha, cada comarca, um juizado (atuante) e comissários que cumpriam com suas funções. E estes últimos, se não estou enganado, nem remunerados eram. Havia sempre um em cada baile, em cada cinema, fiscalizando (efetivamente) e impedindo o acesso daqueles que ainda não tinham idade para ali estarem. O menor que estivesse infringindo as normas, era conduzido de volta à casa paterna. E o responsável alertado sobre o seu papel.
Quando o menor era reincidente, a autoridade 'responsável' intimava aquele que detinha o 'pátrio poder', a comparecer perante o juízo e o alertava sobre a vigência das sanções previstas no Código Penal. Código este que, apesar de ser leigo na matéria, eu creio, estar ainda vigente, apesar do desuso.
Hoje, não existem mais os ' comissários de menores ', tampouco autoridades responsáveis, parece-me.
Pois é visão corriqueira; crianças na fase da inocência, ainda sobraçando bonecas, a fazer entrega de substâncias legalmente proibidas, a consumidores
que esperam em seus veículos, a alguma distância dos 'desconhecidos' pontos de comércio.
Assiste-se a isso, com naturalidade, enquanto se espera por um ônibus, na zona urbana, seja dia ou noite, em qualquer cidade brasileira, sem que seja, necessariamente, na periferia.
O futuro, se o temos, clama por ações. Mas, fica a nítida impressão de que somos assistidos, por representantes portadores de deficiências visuais e auditivas, provavelmente resultantes do comodismo e da mais pura irresponsabilidade. Um tal descomprometimento com os problemas que lhes são afeitos. Como se o futuro, não lhes pudesse reservar, a ingrata e dolorosa surpresa de um dia serem, co-participantes indiretos destas mesmas cenas.
Despertai !