Durante muito tempo te procurei pelas ruas da cidade, mas nada encontrei, a não ser, sombras da tua imagem e semelhança.
Eu precisava de uma pista, mas a única que existia, era baseada no que diz o povo: que metade da tua alma, anda por aí, e a outra metade vive escondida bem dentro, aqui.
E o que fazer para resolver o mistério? Completar o quebra cabeças, se a metade que habita em mim, me confunde se disfarçando em outras pessoas, e me faz acreditar que eu às amaria, todos os dias, até o fim?
Conversei com santos, magos, oráculos e cartomantes, até que uma pessoa bem simples me disse, que para te encontrar, eu deveria deixar a mente livre e então poder ver, que uma das metades parece um abismo, e a outra parece o céu. Que o cheiro é como o teu hálito, misturado ao perfume das flores silvestres e das rosas brancas. E que tua cor, é igual à cor que eu vejo quando viajo sonhando pelos vales encantados do fundo do Mar.
Na verdade, a única coisa que sei, é que tu andas perdida pelo mundo, porque sinto a tua presença, às vezes longe, mas às vezes tão perto que tenho arrepios, o estômago embrulha e o coração dispara.
Um dia desses, numa pracinha qualquer, vi uma pessoa, só, parada, observando as plantas do jardim. Ela tinha o teu jeito, os teus cabelos, o teu sorriso e por alguns momentos me pareceu que a busca tinha chegado ao fim. Mas que pena. Aos poucos fui percebendo que não era contigo que estava conversando, e quase que sem querer, fazendo planos, falando dos nossos sonhos, contando as nossas fórmulas para viver um grande amor. Quanta ilusão!
Mas não faz mal, por que foi bonito, e sei que naquele dia, no mínimo eu conheci alguém, que anda sozinha pela cidade, procurando a sua outra metade também!