Hoje, olho com paciência e resignação o rebolado insano de alguns dos nossos presuntos autores, a ocupar todos os espaços com espasmos desprovidos de qualquer literariedade. Aflitos, afoitos, eles se ufanam, afanam idéias alheias e por demais batidas, se esfalfam no afã de traduzir, a qualquer preço, o fogo que lhes consome cada uma das pregas do rabicó.
Sem pudores, pois virtudes eles não conhecem, sem um pingo de vergonha na cara, para falar um português que imagino compreensível dos dois lados do Atlântico, arvoram-se em marqueteiros de si mesmos, dão de ombros, ignoram a existência de uma opinião pública, mínima que seja.
E, pior para eles, ela existe. E acham que se fazem merecedores de leituras. E os mecanismos mais diabólicos do site lhes oferecem, de bandeja, o ledo e ivo engano de que as merecem de fato. Ei-los que desembestam, os mais desbragados, a alma no papo, os bofes para fora, incontinenti rumo ao pódio.
Deus, esse sei lá o quê, com que amiúde eles privam, lhes concedeu réstias de sua infinita misericórdia e bondade, não os fazendo igualmente leitores. E ei-los que se refestelam, tomando por mérito o que lhes falta, o de que carecem. Também, pudera, a verdade é que não suportariam as evidências! Elas costumam cegar os que de há muito já perderam a noção de si mesmos, do mundo que os circunda, e não fazem senão reproduzir para todo o sempre, e pela eternidade afora (O horror! O horror!), o seu próprio ridículo. |