DISCURSO NO COQUETEL DE LANÇAMENTO DA COLETÂNEA: RASTILHO DE PROSAS
Este me é um momento de sublime emoção. Momento este, que desejo compartilhar com todos que aqui se fizeram presente. Posto que, fizeram-se presente não para enaltecer um escritor, mas, para enaltecer um amigo. Estou muito orgulhoso de nossa caminhada. Colecionei amigos e inimigos; a todos, rendo-me agradecido.
Aos amigos, resta-me agradecer o viver cúmplice na tristeza e alegria, e, aos inimigos, tenacidade para continuar meu caminho e seguir adiante.
Como profetizou SEBASTIÃO NERY, quando, inebriado pela lucidez da sua ferve: ninguém, ninguém nos é tão sincero quanto os inimigos. A eles devemos os louros das nossas vitórias, a eles devemos a razão de nossa luta. Todo escritor, por mais medíocre que possa ser sua obra, só será reconhecido e enaltecido, se houver um oponente à altura da sua criação. Tanto é verdade que, os super-heróis que se preze deverá ter seus supervilão, sob pena de ir parar no Programa do Ratinho.
Na verdade, não sei se o nosso ácido e criativo colunista chegou a proferir tamanho disparate. Mas se não fez, deveria tê-lo feito. Pois até mesmo J. Quadros, quando o termômetro assinalou a maior temperatura de sua loucura, chegou a afirmar: FILI POR QUE QUILO.
No entanto, meus amigos; não mereço a embriagues solitária da plenitude. E por isso mesmo, compartilho a frivolidade deste momento com cada um de vocês; tenho certeza que não sabem o mal que estão a me fazer. Vivemos num país de homens públicos desonestos, e outros tantos, de honestidades duvidosas. Em nenhum momento, da chamada via democrática, assisti ou, assistimos o florescer de tantas CPI’s. Dizem, que para cada Deputado ou Senador da república, existe uma meia dúzia delas. Há CPI até mesmo para os bandidos que habitam a celas do CARANDIRU. Chegam a afirmar que, esta será a única que não irá acabar em pizzas, por lá só servem quentinha.
Para mim, a glória não somente é volúvel e mundana, como é sofrível. Ninguém, em sã consciência, poderá ser feliz quando sabe que é bajulado por uma corte de cobras. Cobra será, de minha parte, um gesto lisonjeiro, melhor dizer, um covil de serpentes.
Tanto é verdade, que dentre vós, vislumbro aqueles que, a exemplos dos Romanos, estão a lançar meu nome para concorrer a uma vaga na Câmara Federal, tal e qual fizeram com os cristãos atirando aos leões.
Já dizia meu pai, que a sociedade organizada não pode prescindir de lideres e vetores políticos. Sem os quais nossas vidas seriam um caos social e um paraíso da balbúrdia. Como também afirmou, com toda a sabedoria que Deus lhe deu, que a sociedade não prescindir de seus escritores e poetas. Sem eles, não haveria o sentido do viver, sem eles não haveria quem traduzisse o sentimento humano, curando a ferida da alma, como quem aplica ungüento nas feridas pútridas.