A DEMAGOGIA DO PT
(por Domingos Oliveira Medeiros)
O líder do PT no Senado, e relator da reforma da Previdência, Tião Viana (PT-AC), em entrevista concedida à imprensa, garantiu que 96% dos servidores públicos - municipais e estaduais- , ganham menos de R$1.200 reais e, portanto, estariam isentos da taxação que se pretende impor aos demais servidores; na União, ainda segundo o paramentar, este percentual atinge cerca de 87% dos servidores que recebem menos de R$1.440 mensais e, que, da mesma forma dos demais, não seriam atingidos pela medida.
Várias leituras podem ser feitas a partir destas declarações. A primeira delas é que o servidor público, na sua imensa maioria, não pode ser taxado de marajá. A segunda, é que o item que pretende taxar os inativos, que representam, nas palavras do referido parlamentar, cerca de 15% do total da força de trabalho, é de todo inócuo, pois a quantia arrecadada não resolverá a questão da corrupção que grassa no próprio INSS, justamente pela falta de controles mais eficazes.
Ora, se apenas 15% serão atingidos com a malfadada taxação, não será por certo, esta decisão, que irá angariar recursos suficientes para contribuir com o “saneamento” da Previdência.
Nada tenho, é bom que se diga, de queixa pessoal contra a pessoa do Lula,; por quem tenho, aliás, admiração. No entanto, ante a evidência dos fatos, até aqui constatados, o PT não conseguiu, até agora, colocar em prática, com sucesso, nenhuma de suas medidas. Todas, sem exceção, foram (e estão sendo) objetos de críticas.
A reforma Tributária, a reforma da Previdência, a MP dos transgênicos, o Programa Primeiro Emprego, a criação de dez milhões de empregos, o Programa Fome Zero, são alguns exemplos. E tem mais: a sugestão, improvisada, para ceder, aos sem-teto, imóveis abandonados nos centros das grandes cidades; a questão da reforma Agrária - mal conduzida e quase parando -; a falta de diplomacia em relação à ALCA, atropelando interesses de países vizinhos; a viagem de ministros para tratar de assuntos religiosos, às custas do Erário; as relações suspeitas para angariar apoios dos partidos; as contratações, sem concurso, para a Câmara dos Deputados; e para projetos apoiados por organismos internacionais; o silêncio sobre os escândalos que pipocam na Secretaria da Receita Federal, no INSS; a questão da violência, dos juros, e do endividamento público, enfim.
É forçoso indagar: o que é que o governo está fazendo de bom? Passeando e lendo discursos de intenções, bem elaborados, e sempre acompanhados de piadas e metáforas ? Esta atitude não nos levará a lugar nenhum. O Brasil tem pressa. E é de todos os brasileiros. E não, apenas, de partidos políticos, banqueiros, governadores e especuladores.