Francamente, senhor presidente! Esta convocação extraordinária já virou rotina e depoe contra os princípios da ética e da moral.
Passamos oito anos, com FHC, sem que as reformas fossem votadas. E nem por isso o país foi a falência. Não será, justo agora, em que Vossa Excelência pede paciência para quase tudo, que precisávamos brindar os deputados com mais um salário, por um serviço que já devia estar pronto; ou, na pior das hipóteses, que poderia esperar o final do recesso parlamentar.
Recesso, a rigor, que não deveria nem existir. Isto é cuspir no prato que comeu. Logo o senhor, que tanto reclamava desses privilégios indecorosos?...
E o pior é que em quase todo o Brasil, em todas as Câmaras de Deputados, o exemplo do governo está sendo seguido.
Numa época em que o povo está sem emprego, passando fome, o país endividado e os que ainda trabalham recebem R$240 reais, os deputados federais e estaduais, por uma ou duas semanas de votação, receberão, além do salário normal, mais outro de R$10 ou R$12 mil cada.