Pensando bem, algum milagre aconteceu. Antes, o discurso era de um orçamento apertado, que estaria pondo em risco, inclusive, o aumento do Salário Mínimo. Depois, como num passe de mágica, arranjaram R$14 bilhões, a título de contingenciamento. Que serão cortados do orçamento. Dinheiro que será jogado fora, por conta de um superávit que não foi sequer exigido pelo FMI.
Não seria melhor que o governo, toda vez que o dólar estivesse em patamares bem inferiores, adiantasse algum pagamento de juros; ou, quiçá, abatesse parte do principal da dívida? Assim, evitaríamos o covardia que virou moda: sempre que está próximo o vencimento de uma parcela dos juros, o mercado fabrica boatos, todo mundo acredita, o dólar sobe, e o governo paga muito mais do que devia. Depois, volta tudo ao normal.
E ninguém faz nada. E ainda querem a independência do Banco Central. Para quê?
Domingos Oliveira Medeiros
12 de fevereiro de 2003