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Discursos-->Pequeno discurso sobre a loucura -- 21/11/2002 - 10:30 (Renato Junqueira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lá venho eu com outras das minhas bombas. Pois bem, eu recebi uma gentil carta de uma colega escritora deste site. No mail, resumidamente, ela diz que eu não posso ser louco pois quem assume a própria loucura não é louco. Ela não diz qual é a idéia por trás que torna esse argumento válido, mas imagino que seja que o fato de ter lucidez suficiente para saber que sou louco implicaria que era são, entrando em absurdo. Ou que o fato de ter consciência da minha loucura fosse o suficiente para que eu a sanasse agindo "direito" ou normalmente.
As coisa são mais complicadas que isso, e isso tudo se deve à má definição de loucura. Para mim, a definição mais paupável e coerente seria de que louco é aquele que não é normal, ou seja, que não procederia como a maioria das pessoas. Exemplo, então: um gay seria louco, eu seria louco, uma pessoas desprovida de ganância ou egoísmo ou até demasiadamente boa seriam loucas.
Mas se você define ou quer entender que louco são pessoas que saem na rua tentando morder as outras como um DOIDO! aí eu não sou louco.
Se você entende ou define que um louco não pode assumir a própria loucura, aí eu não sou louco.
Mas pela definição vigente de loucura, uma definição científica e formal, um maníaco-depressivo, um maníaco-suicida são loucos por exemplo. Então eu também sou louco formalmente ou, pelo menos, estou.
O problema da palavra "louco": faz as pessoas crerem que a pessoa enlouqueceu há algum tempo atrás assumindo a atitude louca. Mas se vivendo no mesmo ambiente, nas mesmas condições, existem pessoas loucas e outras não. Então há algo a mais na personalidade dessas pessoas que ficaram "loucas". Um paradoxo.
Por isso, para mim, a melhor definição de louco é não ser normal. Então, assim, um louco é louco de nascença e um normal é normal de nascença também. E também assim, um louco pode enlouquecer, assim como uma pessoa normal também.
O paradoxo está no mal uso, na má definição dissiminada da palavra "louco". Um louco tem a maior chance de enlouquecer, pois, como o mundo é feito pela características dos normais, ele vive fora de mundo sem suas características, que seriam normais se pessoas como ele fossem a maioria.
Concluindo:
Pelo fato de eu ser a gota d`água, o único da minha espécie que eu conheço; de não gostar de pagar as contas direito, bem comportado no leito mermo que doa no peito; de eu ser o grão de areia; de ser capaz de ver a escuridão primeiro que qualquer outro; de ser capaz de entender as músicas de Raul Seixas, Renato Russo e os contos de Machado de Assis e George Orwell em sua extensão, de ser o escaneador de almas; de que, em mim, a tristeza não é mais passageira, hoje ela dura a tarde inteira; de ter o tempo se esgotando para mim na civilização, DE SER O ANIMAL DO MATO QUE GOSTA DE LER E ESCREVER, tendo tudo isso em consideração, meus amigos, eu sou doidão.

Aproveito e chamo todos para lerem o meu ensaio sobre o conto "O Alienista" de Machado de Assis, que aborda o mesmo tema: a loucura.
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