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Edição 1 767 - 4 de setembro de 2002 - Veja
Por que eles vão tão bem?
Mesmo enrolados com denúncias pesadas, três candidatos são líderes nas pesquisas
Entre os líderes nas pesquisas para os governos estaduais, há três candidatos que insistem
em desafiar uma convicção mais ou menos generalizada - a de que uma acusação de corrupção é mortal para o sucesso de uma candidatura. Paulo Maluf, em São Paulo, Joaquim Roriz, no Distrito Federal, e Fernando Collor, em Alagoas, encontram-se, todos, enrolados com processos ou investigações pesadas - e, no entanto, aparecem na liderança das pesquisas em seus Estados. Desde que Fernando Collor foi afastado da Presidência da República, em 1992, e o Congresso veio depois a cassar o mandato de uma dezena de parlamentares, quase sempre sob suspeita de corrupção, o eleitorado brasileiro deu sinais de que estava entrando numa fase de maior exigência ética em relação ao comportamento dos homens públicos. Nestas três eleições estaduais, no entanto, a realidade é diferente.
O caso de Paulo Maluf, candidato ao governo paulista pelo PPB, é exemplar. A mais recente denúncia, em processo de apuração, aponta Maluf como dono de contas secretas no exterior, com um saldo de cerca de 200 milhões de dólares. A suspeita que o Ministério Público investiga é que o dinheiro seria oriundo de empreiteiras que prestaram serviços à prefeitura de São Paulo durante sua gestão. Já foram colhidos depoimentos de ex-funcionários confirmando o pagamento de propinas e há documentos atestando que existe uma conta na Suíça pertencente a Paulo Maluf - o que ele nega. No vasto cardápio de acusações de corrupção produzido na política nacional, há poucos casos com tantas evidências, embora nenhuma possa ser considerada prova definitiva. A candidatura de Maluf, porém, parece não sofrer abalo diante de suspeitas tão cabeludas. Na mais recente pesquisa do Ibope, o ex-prefeito lidera com 35%. O governador Geraldo Alckmin está em segundo lugar, com 24%.
No terreno da ética, o governador Joaquim Roriz, do Distrito Federal, que disputa a reeleição pelo PMDB, certamente concorre ao título de político mais denunciado do país. Nos últimos catorze anos, Roriz comandou o Distrito Federal por dez anos. Nesse período, o governador construiu uma robusta ficha judicial. Há acusações de improbidade administrativa, desvio de dinheiro público, prevaricação, associação com grileiros de terra e até de racismo. Em 1993, Roriz chegou a ser investigado pela CPI do Orçamento, na qual foi pilhado com contas clandestinas que faziam pagamentos até hoje inexplicados. Também já foi condenado pela Receita Federal por multiplicar seu patrimônio pessoal sem explicar a origem do dinheiro. O governador, apesar disso, tem tudo para vencer de novo a eleição - e já no primeiro turno. Na última pesquisa do Ibope, divulgada há duas semanas, Roriz tinha 51% das intenções de voto. O segundo colocado, o petista Geraldo Magela, aparecia com apenas 19% dos votos.
Candidato a governador de Alagoas pelo desconhecido PRTB, o ex-presidente Fernando Collor também está em primeiro lugar nas pesquisas. Punido com o banimento da vida pública por oito anos, Collor livrou-se, na Justiça, das acusações de corrupção que lhe valeram o afastamento do Palácio do Planalto, mas ainda tem dores de cabeça pela frente. Num processo por sonegação fiscal, a Receita Federal, até hoje, tenta cobrar-lhe uma multa de 8 milhões de reais pelo uso de "sobras de campanha eleitoral". A maior parte da multa decorre da famosa Operação Uruguai, uma história fictícia criada para justificar a origem do dinheiro que sustentava o luxo de sua família, na época em que governava o país. No mais recente levantamento feito pelo instituto Datamétrica, em Alagoas, Collor estava com 41% das intenções de voto, seguido de perto pelo candidato à reeleição, o governador Ronaldo Lessa, com 38%.
"À primeira vista, parece que o eleitor está desprezando o aspecto ético", analisa o cientista político Marcos Coimbra, do instituto de pesquisa Vox Populi. "Mas a liderança desses candidatos se deve mais à fragilidade de seus adversários", completa ele. O caso de Minas Gerais parece contribuir com a tese de Coimbra. Nesse Estado, o candidato Newton Cardoso, tido até pouco tempo atrás como imbatível e igualmente enrolado com denúncias de corrupção, acabou perdendo a dianteira das pesquisas. O eleitorado bandeou-se majoritariamente para a candidatura do tucano Aécio Neves, político carismático e articulado, que tem chances reais de vencer já no primeiro turno. Outro fator que pode explicar o fenômeno é que, em eleições nacionais, o eleitor abandona um candidato quando surge uma dúvida quanto ao seu comportamento ético - mas, em pleitos estaduais, nem sempre a dúvida espanta o eleitor. "Quando não sabe se a acusação tem ou não fundamento, o eleitor privilegia um interesse imediato qualquer", diz a socióloga Fátima Pacheco Jordão.