O nosso síndico,
o Engenheiro Mingão,
uma vez mais,
põe-se a exibir
pra mius e mius leitores incautos
o seu umbigo maravilhoso,
tão maravilhoso
que seu proprietário
não consegue ultrapassar-lhe
o engruvinhamento.
Ensimesma-se,
embevecido,
com raciocínios típicos
de uma cabecinha de bombril
[mil e uma inutilidades;
nunca dá em nada]!
Desta vez,
pretende emocionar,
comover, levar -
se possível -
às lágrimas
com o "ma-ra-vil-lho-so" artigo
"A razão do ZPA" ou,
alhures, "Tem razão o ZPA"
[houve um tempo em que a menção do meu nome rendia leitores]!
Um monumento à auto-complacência,
à ilusão enunciativa,
à sentimentalização das relações desiguais,
ao despudoramento
na exibição das próprias mazelas,
ao engambelamento
de mius e mius leitores desavisados,
entre outras coisas que já tanto nos cansam
pela repetição inclemente.
Chego a pensar que este indivíduo
nem exista.
Com certeza, não existe
com a importância que ele próprio
a si mesmo se atribui.
Adivinho sua inexistência,
vale dizer, sua existência de simulacro,
em alguns estilemas velhos de guerra.
Quisera sabê-lo, investigo.
Não dá para acreditar que alguém
possa ser talmente desastroso
no trato com o idioma
e com os conceitos,
bem como na arte de se fazer rodear
de nulidades igualmente incompetentes.
Não saber distinguir "língua" de "linguagem",
por exemplo!
Na "esquina da usina", descobriu,
solerte,
que por aqui também se falava
"a linguagem alemã".
Ai, essas alegorias cafonas:
a esquina da usina,
canteiro de obras etc.!
Descarto a hipótese de vê-lo
como apenas mais uma edição
daquela penca de pseudônimos
que já infestaram o quadro de avisos ,
a menos que se trate de uma edição não-revista
e muito piorada.
Fosse,
seria então a mais engenhosa de todas,
pois não é fácil manipular
de forma verossível
um tal arsenal de inverossimilhanças.
Vale dizer
que a maior parte dos pseudônimos de antes
nunca pecou por falta de criatividade.
Midas ao contrário,
tudo o que o nosso engenheiro toca,
ai!, bem, vamos manter o nível.
Até a sigla ZPA,
que sempre me soou extremamente simpática -
por distanciar-me de mim mesmo
e aproximar-me de alguns autores/leitores
que muito admiro -,
vinda de seus dedos apressados e inábeis,
passa a produzir um ruído ensurdecedor
e esquisito.
E bem que ele tentou conquistar a minha adesão. Menosprezou-me. Julgou-me capaz de aceitar qualquer bajulação barata. Não deu.
Depois tentou desautorizar-me,
passar o seu rastelo acrítico
por sobre a minha produção.
Também não deu.
Só lamento que
o autocomplacentemente assumido desmazelo
na manutenção do tal "canteiro de obras"
possa estar afugentando
tantos bons autores/leitores,
incapazez de compreender
como um caminhãozinho tão ínfimo
consegue despejar,
impunemente,
tanta areia
no cimento que deve sustentar
a "sua" [d Ele, o síndico e engenheiro] construção da democracia.
Como dizia alguém hoje no jornal:
a demagogia também foi um tema
para os gregos.