Não nos sintamos ofendidos com a proposta. Afinal, todos aspiramos a felicidade, a euforia física e mental e essa, indubitavelmente, é a meta a ser atingida. Sabemos: é bom frisar-se desde o início, que a felicidade absoluta não existe na presente vida, mas apenas a relativa. Essa mesma, infelizmente, se encontra distante da maioria da população porque, carecedora dos mínimos recursos materiais, não pode, a curto prazo, deparar com a concretização dos sonhos e aspirações. Mas precisamos encetar a caminhada, deflagrar o momento da largada. O começo de todas as coisas é difícil, razão pela qual, na busca da modernidade, devemos iniciar a jornada cumprindo tarefas acessíveis à s nossas diminutas capacitações. Podemos, de início, nos utilizarmos da higiene mental. Já pensaram como seria benéfico se não ouvíssemos, lêssemos ou víssemos notícias de assaltos, sequestros tragédias etc.? Se não nos deleitássemos com a programação erótica de filmes, revistas etc., ou com a violência sádica, bestial, endeusada e divulgada requintadamente?
Todavia, como tais putrefatos "alimentos" - de insinuantes embalagens - nos são impingidos pelo cardápio cotidiano dos meios de comunicação, resta-nos clamar para a liberdade, essa magnífica faculdade, que nos permite rejeitar as piores ou escolher as melhores coisas que nos são apresentadas. O remédio consiste em, cada um individualmente, escolher o método compatível e possível para cortar a ingestão das "informações ou diversões" poluentes, não permanecendo na expectativa de esperar que a terapia venha a ser aplicada pela sociedade em benefício de todos. A sociedade só age sob o comando dos indivíduos. Se estes são imorais, corruptos, a sociedade igualmente o será. Pois, como na reflexão das ondas sonoras, assim também se pode dizer que o impacto social fático se irradia centrifugamente. Mas a alegria de viver será encontrada simplesmente com a despoluição das mentes e corações? Seguramente não, porque a vida possui outros complexos meandros que precisam ser percorridos mas - é indisfarçável - a leveza dos bons pensamentos e propósitos, na diária reiteração dos hábitos saudáveis, preconizados pela higiene mental, nos conduzirão à alegria pessoal insubstituível. Passamos, inclusive, a nos interessar pelo próximo, encarando-o com simpatia, a ponto de descobrirmos o ápice metafísico e cristão do mandamento divino: amai-vos uns aos outros ou ao próximo como a si mesmo. E aquele humorismo chulo e pornográfico que os programas de televisão projetam frequentemente, com as risadas ou com risos comprometedores da caterva animalizada? Constitui uma alegria de viver? Integra as boas coisas a serem absorvidas pela mente ou deve ser rejeitado como alimento nocivo e condenado pela higiene mental?