Gosto do verbo barulhar.
Até bem pouco tempo atrás, usava a palavra meio em tom de brincadeira e nem sabia que era verbo dicionarizado.
Por acidente, acabei parando no Aurélio e encontrei o verbete.
Estava procurando "marulho" e não sei porque cargas d água, acabei arrastado pela correnteza da curiosidade até o verbo barulhento.
Agora, Ã distància daquele momento, faço algumas suposições.
Marulho, devia estar imaginando, é o som do mar.
Nada disso!
É o movimento ininterrupto do mar. Às vezes, nem faz barulho.
Ato contínuo, devo ter ido xeretar pelos lados do "B", talvez na dúvida de que "barulho" pudesse significar o movimento constante do bar.
Não.
Barulho é barulho e ponto final.
Bar é barulhento, na maioria dos casos. Mas nem mesmo as lojas de conveniência têm barulho permanente. Entenda-se aí barulho mesmo, não aqueles tin-tin-tins de máquinas eletrónicas ou os ron-ron-rocs de motores de frigorífico.
Mesmo os bares à beira-mar não têm tanta constància, assim.
Barulham apesar dos marulhos e da gente mareada, que vem e vai ao ritmo das marés e da madrugada. Marulham as correntezas, os calores e os frios da água salgada. Barulham em diversos humores pessoas e copos, navegando pelo bar.
A beira-mar, ali, do ladinho do bar, o barulho das águas, entretanto, não é marulho, é chuá.