Há pouco, aconteceu um bárbaro crime na Capital Paulista. A filha, jovem, cursando faculdade, de família rica, tramou a morte dos pais com o namorado que, ajudado pelo irmão, de forma brutal cometeram os homicídios. Aonde encontrar explicação plausível para o crime, se tudo de promissor teria a jovem pela frente ? E os rapazes, como poderiam se comprometer estupidamente, aniquilando a mocidade e a vida ? Futuros arrasados. Tristezas inarredáveis. A melhor explicação a respeito foi fornecida por um psiquiatra que considerou a jovem criminosa portadora de patologia genética rara e incurável. Quanto aos rapazes, tinham perversidade de pessoas degeneradas.
Desviando a atenção dos ávidos curiosos por fatos estranhos e insólitos, nessa mesma época, surgiu a notícia da descoberta de uma criança, hoje adolescente, sequestrada na própria Maternidade à dezesseis anos atrás. O crime desta vez, não é chocante e cruel, pois se diluiu através do tempo, com o sofrimento apenas para os pais biológicos, sobretudo para a mãe e agora causa um sério problema jurídico e moral. Esse crime deve estar prescrito e, mesmo que não esteja, como condenar uma pessoa que raptando uma criança, criou-a com todo o amor, a ponto do próprio raptado não desejar que façam nada contra essa pessoa que considera como mãe de criação ?
"Não julgueis para não serdes julgados", portanto, não faremos julgamento , mas podemos tecer algumas considerações. Ao furtar o infante recém-nascido, a sequestradora praticou um crime grave, cujos efeitos perduraram através do tempo por cerca de 16 anos. Como se resolverá tudo isso na Justiça, inclusive tendo-se em vista que o assento de nascimento foi falsificado? O filho voltará a viver com os pais legítimos, mormente se considerando que foi criado em outro ambiente e usufrui outros relacionamentos? Vê-se que a questão é complicada mesmo e será explorada à exaustão pela mídia por muito tempo , exceto se não sobrevierem fatos mais insólitos do que esse.
Nota-se no relato do cruel crime e do sequestro feito com mão de pelica, que o espírito religioso se encontrava ausente, salvo nas preces e manifestações da família do sequestrado que afinal, se viu premiada em encontrar o filho querido. O esforço foi tenaz, traduziu esperança inabalável de conseguir o desejado. Mas os jovens criminosos, ao que parece, sequer pensariam que têm alma e os prazeres do mundo os arrebatavam, mesmo porque eram viciados em drogas. E como serão julgados na vida futura ? A complexidade do assunto é muito grande, a ponto de me lembrar de algumas versões que andam circulando por aí (por enquanto tenho notado apenas alguns zumbidos) que o inferno não seria um lugar mas esse sofrimento cruel que o ser humano carrega quando pratica ações más e o céu, também, consistiria na fruição das práticas boas ou virtuosas. Bem e o purgatório ? Para esses mesmos e essa noção é bem antiga, o purgatório consistiria em todas as dificuldades que se encontram nesta vida. Belas histórias, não? E as Escrituras, a doutrina da Igreja, como ficam?