Nos tempos atuais, de inversão de valores, muita anarquia e poucos estudos, é possível que, se perguntarem ao vulgo quais as principais religiões existentes, a resposta seja : ecologia e economia. Assim se chega a pensar porque o linguajar da mídia usa constantemente os termos "santuário ecológico" e. logo, logo, chegará a empregar "templo da economia", onde se reúnem os seus ministros, doutores, mestres e discípulos.
Infelizmente aconteceu tristíssimo "sacrilégio" na Baia da Guanabara. Com ironia, escreve um leitor do Estadão (25-1) :" agora podemos nos orgulhar; o petróleo é nosso e dos peixes, das aves..." A economia, por sua vez, domina o mundo. Ela calcula o PIB mundial, nacional, incremento e diminuição do mesmo, trata do desemprego e suas razões, da dívida externa do Brasil que já atinge 240 bilhões de dólares, das megafusões e negócios, inclusive cogitando do comércio virtual - aquele que deverá prevalecer no século XXI -. Parafraseando o célebre Joelmir Beting, tomando conta da bola da vez ajustando as aparelhagens da chutometria e do desconfiómetro, citamos o dístico de Celso Furtado :"só mesmo um economista pode imaginar que os problemas da economia são estritamente económicos."
O mestre Joelmir ainda doutrina que o megabloco das empresas globais (60.000) deve ter faturado em 1999 12 trilhões de dólares ou seja, 1 trilhão por mês(será que sabemos imaginar o que é essa quantidade de dinheiro?), cerca de 1/3 do PIB mundial ! E aqui no Brasil a população classe média com mil a três mil dólares mensais como fica ? E o grosso dos assalariados com salários mensais de 70 a 200 dólares ? Cuidar da natureza, rios, florestas, pássaros e animais não é possível quando a maioria humana perece, não podendo cuidar das indispensáveis condições de saúde e primárias de alimentação.
Precisamos encontrar soluções urgentes para socorrer os menos favorecidos. Há meios, existem possibilidades. Os dirigentes da nação - políticos esclarecidos e bem formados- devem aplicar toda inteligência para descobrirem efetivos meios de se minorar a pobreza, tornando menos sofrida a vida daqueles que pouco ou nada possuem. Há necessidade de se voltar os olhos para Deus, Supremo Criador, imploràndo-Lhe misericórdia e graças. Tendo enviado seu Divino Filho para nos redimir, foram fixadas nos Evangelhos as normas da sabedoria, inclusive o magistral ensinamento de que " nem só de pão vive o homem." Se das normas evangélicas nos abeberarmos e as pusermos em prática, ecologia e economia jamais serão consideradas como religiões, mas ciências que auxiliarão o homem em sua caminhada pelo planeta Terra.