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Cronicas-->Ser Coxa é um castigo -- 19/01/2003 - 13:32 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando um time está em má fase encalham as camisas, chaveiros, bolas e tudo o mais em que estiver impresso o seu símbolo, e os pobres coitados que têm coragem de usar objetos do clube de coração são obrigados a aguentar a gozação de companheiros de trabalho, vizinhos e parentes. É o caso do meu clube de coração, o Grêmio, que contratou um monte de mercenários, que não jogam coisa nenhuma e ganham salários estratosféricos. Como diria alguém, melhor contratar marceneiros, para arrumar as pernas de pau.
Mas deixa o Grêmio, prefiro contar histórias sobre os outros times, afinal gozar dos outros é melhor do que se beliscar.
Há quatro anos fui numa festa de igreja, lá na Santa Rita de Cássia, em Curitiba. Como sempre, surge um leilão de objetos atraentes, e no dia trouxeram uma camisa do Paraná Clube e outra do Coritiba, que não ganhava nada, nem torneio de palitos.
A camisa do Paraná tinha como atrativo maior o autógrafo de todos os campeões regionais, e a camisa do Coritiba nada incentivava, apenas lembranças de glórias passadas.
A camisa do tricolor foi leiloada por cem reais rapidamente, e quando chegou a vez da camisa do Coxa houve um silêncio imenso no recinto, além da vaia de torcedores do Atlético que por lá estavam.
O leiloeiro esforçado pediu dez reais, e por mais de cinco minutos ninguém se manifestou, até que um heróico coxa-branca aceitou o desafio. O leiloeiro puxa a platéia, mas para seu desespero, o silêncio retorna, seguido de vaias generalizadas. Os organizadores da festa temiam que o leilão terminasse por falta de interesse popular, e após dez minutos de muita polêmica alguém falou quinze. Silêncio novamente, e após cinco minutos um lance de dezesseis .
Um velho revoltado ofereceu trinta reais para que cessasse toda a humilhação, subiu ao palco e foi embora debaixo de vaias, dizendo que o time merecia toda aquela palhaçada.
Os torcedores de Atlético e Paraná ficaram fazendo troça, e o leilão prosseguiu após a retirada da mercadoria incómoda.
Na época os objetos do Coritiba eram prejuízo certo para todos os comerciantes, sendo vendidos em dúzia, ao contrário dos outros times, uma vez que a torcida do Atlético é fanática e a do Paraná colecionava títulos no estado.
A história é verídica, e para entender o leitor teria que torcer para o Fluminense, um time acostumado a perder em campo os seus direitos e a usar o tapetão para voltar ao grupo de elite do desmoralizado futebol brasileiro.
Mas uma coisa eu garanto, uma das piores coisas que pode acontecer a um vivente é ter que torcer pelo Coxa, aguentando as músicas mais malcriadas do mundo em todos os campos de futebol. Ninguém perdoa a arrogància que os torcedores do Coritiba carregavam na boa década de setenta. Ser Coxa é um dilema existencial, dos mais complicados.
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