Ela sempre fora covarde, insegura. Não era preciso mais que uma opinião negativa para tirá-la do seu caminho. Ela se deixava levar, e acabava sempre fazendo o contrário do que queria. Vivia frustrada.
Um dia, ela conheceu um rapaz. E ele era tudo que ela queria. Encaixava-se em todos os paràmetros, da beleza à personalidade. E o essencial, na química. Mas os dois viviam de encontros e desencontros, perturbados pela presença de outras pessoas em suas vidas, temerosos de algo que prometia dar tão certo, que os deixar receosos.
Foi quando, não em um dia, mas em meses, ela acordou: "pra quê esperar de braços cruzados?". Descruzou os braços, e foi à luta. Os encontros e desencontros persistiram. Foram muitas batalhas perdidas, e para cada uma delas, sempre alguém a incentivando a desistir, que aquilo não valia à pena, que era tempo desperdiçado, amor jogado fora. Aqui, ela não só acordou, ela mudou. A garota teimou. E gostou tanto, que quanto mais diziam pra ela parar, mais ela avançava, convencida de que venceria.
Então, ela tirou outras pessoas de sua vida. Os desencontros diminuíam a cada dia, ao passo que os encontros eram mais frequentes. Ela foi ganhando espaço na vida dele, deixando sua presença, primeiro com uma música, depois o seu perfume, ou uma roupa que ele adorava. Sem que ele percebesse, o jeito como ela falava já estava na sua mente. E até aquela infantilidade que ele não gostava tornou-se marca registrada da sua garota.
Ela insistiu, persistiu, teimou, e eu diria até que exagerou em sua performance. Mas as coisas tinham mudado muito em sua vida. Agora, ela amava! E escolheu teimar no momento mais certo, para tomar a decisão mais importante.
A garota conseguiu! Sorte? Não! Ela, apenas, nunca desistiu.
13/11/02
Ana Rachel de Azevêdo
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