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Cronicas-->É o futuro -- 21/12/2002 - 23:01 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com a notícia da morte de Hanna, da dupla Hanna Barbera, dei-me conta que a maioria das facilidades apresentadas pelos Jetsons já estão disponíveis. Faltava alguma caranguejola para voar e tivemos a demonstração no último carnaval. Há que reconhecer que o carnaval é um grande fator de avanço na tecnologia local.

Infelizmente porém, o recurso mais importante apresentado pelos Jetsons ainda não foi atingido. Trata-se da mesa auto-limpante, capaz de dar conta da louça em poucos segundos e sem a intervenção humana. Quando o último termina o café da manhã, basta apertar um botão e tudo desaparece. Alguns instantes depois, tudo está de volta, limpo e arrumado. É o sonho de qualquer dona de casa.

Máquinas de passar também não foram inventadas ainda. Há algumas tábuas que ajudam, mas algo em que se coloque a roupa amassada de um lado e se retire a roupa passada do outro ainda não existe. Receio que isto seja uma impossibilidade absoluta. Mais fácil seria dizer que amassado é chique, convencer uma meia dúzia de executivos futuristas e em menos de um trimestre, "quarter" como eles dizem, o hábito estará implantado. Claro que haverá o amassado "fashion" e o amassado brega, nuances que permitirão diferenciar o pessoal.

Algum dia, quase todos terão um "chip" incrustado atrás da orelha como um pequeno brinco. Alguns de diamante como o Jó, outros mais simples. O importante é a base do brinco. Nela o número único de registro de cidadãos da Terra - NURCTG, TG ("tigi"), dir-se-á no dia a dia, embora ninguém saiba explicar de onde saiu o gê. Pessoal, intransferível, insolúvel, inevitável, sem ele, ninguém existirá. Ao nascer, a criança será registrada não no cartório, com direito a papel e testemunha de ocasião, mas no Sistema Central. Ainda bebê, o sujeito recebe o número que servirá para o imposto de renda, para o serviço militar, casamento e qualquer coisa que faça, incluindo o acesso a banheiros, públicos ou privados, e vagas de estacionamento. Imagino que de todos os usos que relacionei, o primeiro e o último devam ter um papel de destaque. Os pais saberão onde os filhos andam, com quem andam, o que estão fazendo e todos acharão natural e prático. Naturalmente, florescerá um mercado paralelo de "chips-laranjas" (orange chips - OC) embora sua clonagem seja considerada crime hediondo.

Eu terei mais de oitenta anos e serei daquela turma de velhos chatos que não aceitam o implante sob a alegação da perda de privacidade, e de que ficarei com coceira atrás da orelha, enlouquecendo Juliana que não terá como me localizar.

Triste a sina das filhas únicas.


Escrito em 09.05.2001
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