São 01:15 da madrugada... Não sei se como cereais com leite e banana ou se lifo a T.V. O sono não vem. Ela não sai dos meus pensamentos. Minha cadela Chiuaua descansa tranquilamente entre os cobertores da cama onde estou. Vez ou outra olho para ela, e ela, sem se mover ergue suas orelhinhas e demonstra um ar preocupado. Faço um carinho na tentativa de tranquiliza-la, mas creio não ser muito convincente.
Paro, penso no que escrever, coço a cabeça...
Levanto, vou até a sala, ligo a T.V., passo por todos os canais, nada que me fizesse esquece-la. Volto, pego no lápis novamente... Mas... O que escrever??? Como transformar sentimentos em palavras?
De repente, me ocorre a pergunta: Porquê até hoje ninguém inventou o dicionário sentimentos-português / português sentimentos??? Talvez eu pudesse consultá-lo agora.
Pego o telefone e pela enésima vez ouço o último recado dela na caixa postal. Estaria ela chorando? Sua voz parecia trêmula, nervosa...
Me recordo do nosso último encontro. Fico me perguntando porque não a beijei. Penso no banco daquela praça... Ahhh, se ele pudesse ler meus pensamentos naqueles poucos minutos que estivemos ali...
Me levanto novamente, e, por falta de opção vou até a cozinha e devoro uma tigela de cereais com leite e banana.
E, entre cereais, divagações, T.V. e estes rabiscos, passo o resto da madrugada...
