Chega-se a um ponto de agitação e intranquilidade, em determinados momentos que, convenhamos, só se deseja a paz. Os negócios encontram-se embolados, porque não há um direcionamento correto, todos pensando, exclusivamente, na melhor forma de obter lucros; as atividades de lazer se profissionalizaram tanto - haja vista o futebol - que há excesso de notícias e assim, o que motivava alguma satisfação, intoxica; o cultivo da espiritualidade, com belos sermões, palestras ou conferências, desapareceu, ou se rarefez muito, restando o vazio. De outro lado, a mídia eletrónica, no seu afã de dominação, despeja carradas (óh que expressão feia) de notícias escandalosas e "fantásticas", deixando todo mundo inquieto e neurastênico.
Quem é que inspira esse noticiário satànico ? Freiras violentadas, presos que matam, arrancam o coração e o comem, sequestros e agressividades de todos os tipos, etc. etc. Faz bem para o homem absorver todo esse "democrático" e incensurável informativo, eis que busca justamente o contrário ou seja, o respeito, o amor ao semelhante, difundidos por gestos, palavras e ações beneméritas? Onde está a lógica e o bom senso em tudo isso ? Afinal, o que se passa ? Como a humanidade pode ter chegado a tamanha loucura?
O quadro realmente é desolador. Como aqueles que apreciam os estragos do furacão, aqui estamos nós, estupefactos, observando-os e, naturalmente, pensando como se poderá proceder para a reconstrução de tudo isso. Agora é a hora de se saber se acreditamos em Deus, ou não. Se não acreditamos é só ficar sentado no meio da tragédia aguardando o desenlace macabro, se é que teremos a oportunidade de viver um pouco mais. Se acreditamos , o primeiro momento é para se invocar o nosso Criador porque, inelutavelmente, os estragos são bárbaros e as nossas forças insignificantes, face tamanho encargo.
Mas, é preciso que haja congraçamento dos esforços, porque uma andorinha não faz verão, sendo que , ao contrário, a união faz a força. Aí se encontra o outro nó górdio (vamos voltar a usar expressões antigas, revitalizando-as, pois desconhecidas dos mais jovens) da questão, pois as forças espirituais, infelizmente, não se aglutinam com facilidade (por quê será, não?)...
Enquanto isso, busquemos ao menos a paz interior. Também não é fácil, face os apelos do mundo para viver a sua exuberante materialidade que se confronta com a nossa débil formação espiritual, não cultivada adequadamente. Em todo caso, rezemos e lutemos implorando à Santíssima Virgem e outros santos de nossa particular devoção afim de que, intercedendo junto à Jesus e ao Pai Supremo, nos sejam concedidas graças para superar esses difíceis momentos em que nos encontramos. Recebendo, então, as graças benfazejas, tudo será maravilhoso, porque a nossa destinação é eterna e a paz, eventualmente alcançada, nos tranquilizará, faça chuva ou sol, soprem ventos ou caiam tempestades...