A multidão me domina, há um clima, existe lá em cima, algo penetrando em mim.
Todas essas pessoas acuadas, sem vida, me assustam, me extasiam, por sua incompetência de meninos.
Como imaginar todos equidistantes, sem esbarrões e amontoamentos, se o mundo parece pequeno e para eles é tudo ameno!
Amenidades, amenidades... Mal sabem que lá fora revoluções existem e a fome persiste!
Por que não lutam por espaços maiores, vidas melhores, sonhos realizáveis?
Como podem esquecer de tantos a morrer, outros a sofrer, alguns apenas a sobreviver?
De que é feita a cabeça dessa multidão desvairada, que aceita tudo como está sem lutar ou reclamar?
Sangue de barata devem ter, pois no poder deixam permanecerem seres peçonhentos, insetos que sem razão nos lideram e ameaçam!
Afinal, que país é esse, que povo mais alienado e sem memória... O ópio dos "carnavais" tomou conta da sensatez e da consciência dos direitos a recorrer!
Quão difícil será agora, nessa hora derradeira remexer o passado, para encontrar algo não tão estragado!
Onde está multidão que não diz. Desvairada, aglomerada e sem diretriz. Como vão resistir agora, se não lutarem e se entregarem?
Por que fogem agora, pra onde pensam que vão, já está tudo incendiado, o fogo já nos dominou!
O fogo não perdoa, destrói, mesmo a multidão desvairada, cremados estão todos agora, tempo teremos para ajuntar as cinzas?
Toda alienação contida em cinzas se tornou. Qual a recompensa que esperavam... O silêncio nunca construiu uma nação!
A liberdade está em se poder dizer tudo o que nos incomoda, o certo e o errado, que são relativos... O "poder" está em deixar-se o que vem do coração!
O coração se emociona, quando as palavras correspondem a um sentimento profundo. Não se pode tirar o direito de se manifestar qualquer tipo de emoção!
Vamos. Em frente. Coragem!
A luta nunca vai terminar, enquanto seres pensantes viverem...
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