O Beijoqueiro Serra
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Não tenho mais dúvidas. Algumas pessoas fazem de tudo pelo poder. Com as pesquisas apontando o candidato Lula com o dobro de votos de seu concorrente, o candidato oficial José Serra está usando de toda a sua criatividade e imaginação.
Primeiro, inspirado no famoso programa de televisão da Rede Globo, o Arquivo X, trouxe para os palcos a síndrome do pànico, encenada por duas excelentes atrizes. Depois, passou a buscar apoio no seio dos evangélicos, usando o santo nome de Deus em vão, tendo em vista que as pesquisas continuam sugerindo sua derrota.
O candidato tenta de tudo para atingir seu objetivo. Apelou, inclusive, para o milagroso Roque Santeiro, quando fez uso da fama e inegável simpatia da viúva Porcina. Amante de Sinhozinho Malta, conhecido fazendeiro da região. Dizem até, as más línguas, que a viúva tem um antigo caso de amor com o santo milagreiro. E que nessa condição poderia ajudá-lo bastante.
Não satisfeito, apelou para o inusitado. No Rio Grande do Sul, em pleno palanque, não se fez de rogado. Sapecou duas beijocas no candidato ao governo local, Germano Rigotto. Não se sabe com que intenção.
O pior de tudo é que os jornais nos dão conta de que o pastor René Terra Nova, líder de um grupo de igrejas evangélicas, teria declarado ao vice-presidente Marco Maciel, que só um milagre levaria José Serra ao Planalto.
Na minha modesta opinião, prefiro ficar com os resultados das pesquisas. Afinal, o Lula também é filho de Deus. E milagre tem limites.