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Cronicas-->Previsão & esperança -- 27/06/2000 - 09:03 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com a chegada iminente do novo milênio, aumentam os rumores e expectativas sobre os acontecimentos esperados. Fala-se em catástrofes mas também fala-se no início de uma nova era onde tudo será melhor. Fala-se muito e cada um de nós tem lá suas próprias expectativas. Ao se falar do futuro é importante diferenciar a previsão da esperança.

A primeira, se dá quando se tem, ou pelo menos se acredita ter, elementos que nos levam a acreditar que um certo fato efetivamente ocorrerá. Não há propriamente uma garantia mas todos os elementos conhecidos e presumidos levam a crer que acontecerá. Felizmente, a meteorologia está aí para demonstrar que nem toda previsão efetivamente acontece. A possibilidade de falha é uma característica intrínseca da previsão. Com isto abre-se campo para a esperança. A esperança é feita de desejos, de vontade que aconteça e não raro contradiz a previsão, quando esta não nos é favorável. Mais frequentemente do que gostaríamos temos previsões de resultados indesejáveis e nossa esperança é a de que estejam erradas ou as condições para o acontecimento previsto mudem, mudando a previsão. A previsão usamos no nosso dia a dia e a esperança ao imaginar o futuro. A previsão é fria, calculista, implacável e comporta resultados positivos ou negativos. Já a esperança é romàntica e sempre se refere a algo bom. Esperança de algo ruim é sempre para os outros e aí chama-se praga. Mas esta é outra questão e ninguém há de rogar pragas para o próximo milênio. Espero.

A previsão tem seu sucesso no curto prazo e a esperança atua melhor no longo. Por ser de longo prazo a esperança tem menor compromisso com a realidade e comporta situações muitas vezes impensáveis no momento. Um bom exemplo é o caso das curas. Há esperança de que se descubra a cura para esta ou aquela doença embora hoje a perspectiva seja muito pequena e, portanto, não permita previsões honestas. Nem por isso há de se perder as esperanças.

O desafio sempre presente é, na medida em que o tempo passa, ir transformando a esperança em previsão, como se monta um quebra cabeça. Junta-se um ação aqui, um acontecimento ali, e aos poucos a realidade vai sendo montada, primeiro transformando as esperanças em previsões e depois, as previsões em realidade.

Um elemento complementar desta questão é o milagre. Quando a previsão não se concretiza, quando não há mais esperança, aguarda-se o milagre, contrariando todas as expectativas. O milagre em princípio, contraria a ordem estabelecida, mas isto só aparentemente, pois apenas revela aspectos ainda não vistos ou compreendidos. Ocorre que nem todas as regras vigentes são conhecidas. O milagre é por assim dizer a esperança a curto prazo, tornando realidade imediata aquilo que não podendo ser previsto constitui apenas esperança para o futuro.

Infelizmente, nos dias de hoje, os milagres são ainda necessários. Há um grande número de situações em que a única solução é o milagre. Não tem sentido prever, não há tempo para ter esperança. Felizmente, muito mais do que se imagina ou se aceita admitir, os milagres acontecem. A questão é que não deveríamos precisar tanto deles, guardando-os para situações especiais.

A despeito das previsões de catástrofes e mazelas diversas para o próximo século, há muita esperança de que estas previsões negativas estejam erradas ou que as premissas em que foram feitas tenham sido revogadas. Até o mais cético e realista há de desejar que nosso planeta possa encontrar no próximo milênio um novo equilíbrio onde a previsão esteja mais próxima da esperança e o milagre seja menos necessário.


Escrito em 06.07.1999
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