Centralizados no mundo, olhamos ao nosso redor. Perto, bem perto, a rotina diária. O que se passa com os vizinhos não é da nossa conta ou interesse. Queremos a felicidade, a saúde, a paz. A felicidade não se traduziria exclusivamente em dinheiro, mas na fruição de bens que somente ele pode proporcionar : tranquilidade económica, viagens, despreocupado consumo de bens. Depois, poderíamos rir e sorrir com e para os outros.
Como o dinheiro parece proporcionar todo esse conforto, todo mundo - com raras exceções-, corre atrás dele desesperadamente. Começam aí a se despontarem as origens do mal. O dinheiro que deveria ser um meio para facilitar a vida, passa a tornar-se fim, objetivo obsedante de homens , mulheres e até crianças. Super- endeusado, impele muitos para o crime (assaltos à banco, sequestros, falcatruas de todas as espécies), a maneira mais rápida de o conseguir - talvez a única - excluidas as loterias.
Esquecemos as nossas origens. Viemos de Deus e para Deus vamos. Lendo hoje um capítulo do profeta Isaias (45), encontrei a referência : " acaso diz a argila ao oleiro : que fazes." Portanto, é um tremendo orgulho da parte do homem querer saber porque foi criado. Temos de aumentar a nossa fé. A nossa caminhada terrestre tem uma destinação: retorno ao nosso Criador. Se nos imbuirmos dessa idéia ( e isto é uma questão de fé), o dinheiro passará a ser secundário, ocupando o lugar inferior que merece. O dinheiro para nós não deve representar nada. É apenas um pedaço de papel ou um vil metal, que facilita enormemente a vida e com o qual desejamos aliviar as nossas agruras e a do próximo.
Seremos considerados loucos pelo mundo, eufemicamente apelidados de quadrados, burgueses, moralistas, provincianos. Mas, devemos nos alegrar intimamente, porque nos encontramos no caminho certo. Aquele caminho que nos permite contemplar o por do sol - as sombras da noite nos envolvendo lenta e suavemente-, ou as radiosas manhãs plenas de luz, vida, alegria . Damos graças a Deus por não precisarmos nos enveredar pelas rotas da competitividade agressiva, onde nos depararíamos com as frequentes tramóias de adversários inescrupulosos.
O nosso caminho tem as flores da esperança e a irrestrita confiança nas balsàmicas palavras evangélicas : " vede os lírios dos campos, as aves que voam..."