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Cronicas-->Carro jóia -- 12/08/2002 - 18:07 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARRO JÓA


O sujeito tinha um Opala Diplomata 90, uma verdadeira jóia. Dizer jóia era dizer pouco: podia-se compará-lo a touro premiado nas feiras ou a curió vencedor de torneios de canto. O carro era o orgulho de sua vida. Dedicava os finais de semana a tratar dele, lustrava, polia, tirando todos os frisos. E os barulhinhos então? Qualquer grilinho, corria pra oficina, mandava desmontar tudo, se fosse preciso. Tinha ouvido treinado, feito mecànico, para as manhas do veículo.
Perguntassem se ele queria trocar o carro pela Catherina Zetta Jones, tenho certeza de que ia responder que não; Catherina tinha um monte por aí, seu Diplomata era único. Seu prazer era ir na feira de automóveis aos domingos. Estacionava o Diplomata, bem visível, e ficava curtindo os bobocas se babando diante dele. Davam uma espiada dentro, outra por fora, especulavam o ano, fatalmente vinha a pergunta:
- Tá pedindo quanto?
- Não está à venda, não. Este não vendo por nada.
Em suas conversas, era só Diplomata pra cá, Diplomata pra lá; ganhou apelido de Zé do Diplomata. Às vezes se referia ao veículo como o Motel Diplomata, local de abater umas lebres quando não havia outra opção. Era solteirão e se um dia casasse não dava certo, a mulher ia morrer de ciúmes do Diplomata.
Um dia aconteceu: vinha dirigindo meio grogue - tinha tomado algumas cervejas - o carro patinou, desgovernou-se e foi cair dentro de uma represa, no caminho de sua casa. Tchibum! Foi só tocar na água e já foi afundando com ele dentro. Não sabia nadar. Desesperado, girou a chave de ignição e calcou a pé no acelerador. Adiantava alguma coisa? Claro que não, mas no desespero a gente tenta qualquer coisa. Não se sabe por quê, o veículo foi sendo arrastado para as margens, daí encalhou no rasinho e Zé pode sair do sufoco. Quando lhe diziam que tinha escapado por milagre, confirmava que sim, mas o milagre era outro: jurava que o Diplomata é que havia nadado.
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