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Cronicas-->O FMI E O SAMBA DE UMA NOTA SÓ -- 05/08/2002 - 09:46 (Ucho Haddad) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desafinado, o samba-enredo da economia brasileira já não levanta a multidão do mercado financeiro. Transformado em quadra do Grêmio Especulativo Escola de Samba do Fundo Monetário Internacional, o Brasil encontra-se, há muito, à mercê dos ensaios da voracidade do capitalismo.

Tentando chegar incólume à apoteose depois de oito anos de governo, Fernando Henrique Cardoso tem se mostrado um excelente mestre-sala da incompetência. Com dívidas íngremes como uma concreta arquibancada, o Brasil tem sido obrigado a mostrar jogo de cintura para não transformar o samba em uma marcha fúnebre.

Apostando na flexibilidade da manobra, o governo acreditou na complacência da economista Anne Krueger, enquanto aspergia confete em seu caminho. Verdadeiro carro abre-alas do terror, Krueger aniquilou, com o seu calado desdém, a esperança brasileira. Transformou o nosso futuro em uma negra serpentina em queda livre.

A explosão do dólar bradou ao mundo as desencontradas notas da realidade brasileira, obra de um governo que mais parece o samba do crioulo doido.

Obediente aos desmandos do Fundo Monetário Internacional, Fernando Henrique Cardoso ensaiou, em meio ao seu silêncio, alguns passos diferentes como forma de protesto ao refrão do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O´Neill. Indignado com a injustiça, o Brasil chiou como se fosse o esganiçar de uma cuíca que se sobressai na harmonia melódica, mas que solitário chega a ser estridente e incómodo.

Pressionado pelo presidente George W. Bush, O´Neill promoveu o recuo da bateria sem, em momento algum, perder a cadência do samba. Atropelado pela evolução voluptuosa dos juros, o país tenta sobreviver na passarela da agonia. Como um emperrado carro alegórico, o Brasil vai, no máximo, ser empurrado pela generosidade vilipendiosa do FMI.

Diretor da ala dos patetas, FHC experimenta a fantasia de Super Homem não apenas para garantir sobrevida ao país, mas, principalmente, para não ser obrigado a sair pelos fundos vestido de Irmão Metralha. Irá deixar como herança as imundices de um governo permissivo e corrupto que serão varridas pelo voto, transferindo o problema para o próximo puxador de samba. A nova canção pode trazer uma letra indigesta e difícil de ser absorvida por uma corda vocal chamada futuro.

Mas como fica a vida do povo brasileiro cheio de bossa?
Mas que nada. Sai da minha frente que eu quero passar...

Enquanto os banqueiros internacionais fazem um verdadeiro carnaval sob o achacador tilintar dos juros, ao povo resta apenas o entorpecer momentàneo de um novo empréstimo, como se fora o lança-perfume da prosperidade. Quando findar o torpor surgirá a dor de cabeça. Ao recobrar a razão perceberá que tudo não passa de cinzas.

Mas qual a razão para tudo isto?
A obrigação que temos de sambar na mão do FMI.

Com uma dívida pública que ultrapassa os 750 bilhões de Reais, o Brasil vai, mais uma vez, sambar ao som da impetuosidade do capital estrangeiro enquanto empunha o estandarte do "entreguismo", sob a égide de negociatas escusas. A rapaziada do morro do Cardoso tem, insistentemente, tentado utilizar o "economês" para suprimir a letra do samba, mas não tem obtido sucesso. O Brasil está entregue à própria sorte.

Mas Deus não é brasileiro?
É, mas o diabo é americano!

Mas afinal que samba é esse?
O samba de uma nota só. Quer dizer, de mais uma nota só!

Mas que nota?
Aquela que foram buscar no FMI!

Infelizmente o Brasil perdeu o maior de seus economistas. O "Doutor Samboris Causa" Osvaldo Sargentelli que partiu para uma melhor levando na alma a verdade pura do samba, e no imaginário o glúteo sacolejar das mulatas.

Ziriguidum!

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