Expressamos muito pouco o amor na vida diária. Sentimo-nos, talvez, constrangidos ou tímidos para manifesta-lo. Quem sabe porque não sabemos exatamente como traduzi-lo, inobstante a palavra amor , tão corriqueira , seja utilizada com bastante frequência. Também, pudera! Durante muito tempo suportamos terrível pressão económica. Hoje, amenizada essa dificuldade, vivemos sob clima de violência, tensos, aguardando ou prontos para nos defender de ataques, a qualquer momento , pois, a lei que muitas vezes parece predominar em nossas cidades é a da selva , ou seja, os inimigos devem ser eliminados e o perigo pode estar em qualquer parte.
Então, sob esse envoltório preocupante, não nos sobra espaço para cultuar a delicadeza, a suavidade de pensamento, a ternura dos gestos e das palavras. Tudo é violência, rispidez, grosseria. O amor escorraçado, se esconde num cantinho de nossa alma à espera da ressureição, do retorno glorioso e triunfante. Com isso , não tivemos tempo de observar as crianças crescerem e passarem do encanto da infància para a tumultuada adolescência e mocidade. O amor pareceu estar ausente, sobrevivendo. felizmente na forma generosa de convivência, participação e ajuda. Mundo cruel e perverso esse, que agnósticos e positivistas nos legaram. Amargo, escuro, sem belezas, sem esperanças , sem amor.
E o pior é que nos encontramos sozinhos no meio de extenso túnel e que não se percebe interesse de ninguém para ajudar alguém. E´muito parcimoniosa a expressabilidade do amor. Fechamo-nos nas divagações nocivas e perniciosas do crime, da violência. Suportamos agora as consequências da cultura má ,dos ensinamentos perversos. Sim, há esperança, há possibilidade da ressurreição do amor mas há barreiras tremendas e desanimadoras. Somente o apego à oração, à s profundas raizes de nossa alma nos capacitarão a vencer os obstáculos de uma sociedade acomodada aos prazeres não revelados , desfibrantes , que a incapacitam de estabelecer regras sadias de convivência.
Literatura, só literatura não basta. O mesmo se diga de oratória, poesia, pintura, escultura, economia, política, congressos, simpósios ,etc. O que precisamos com urgência é de prática moral e de expressar realmente o amor.