MUDANÇA DE HÁBITOS (No final do século)
Roberto Corrêa
Habituamo-nos a determinados procedimentos que, aos poucos, se incorporam à nossa maneira de ser. Por isso mesmo , não gostamos de alterá-los fortuitamente e, quando o fazemos , estamos seguros que representa um progresso, vantagem ou comodidade. A medida que os anos passam os hábitos incorporados à s nossas vidas vêem a constituir enorme acervo e tal aspecto faz com que, nos tornemos exigentes ou inconformados com as inovações. E essas, à s vezes, são absolutamente necessárias porque o mundo não sendo estático e novas gerações se sucedendo, novos hábitos são criados todos os dias.
O que está acontecendo de terrível, neste final de século é que nos estamos habituando a conviver com valores negativos onde se nota a degradação da espécie humana, a ponto de nos encontrarmos envolvidos numa atmosfera de medo. Talvez seja melhor exemplificar para clara compreensão do assunto. Pouco antes de começar a escrever essas caprichadas linhas, aconteceu assalto à mão armada, na minha tranquila rua, onde dois rapazes levaram uma caminhonete. Notem : temos de nos acostumar a esse e fatos semelhantes como integrantes dos novos hábitos do final do século ? Deve ser considerado normal tal procedimento e o medo daí decorrente assimilado sem qualquer restrição ?
Hábitos antigos dos pais dialogarem pouco com os filhos sobre a vida sexual tornaram-se obsoletos . E, os modernos genitores e educadores partiram afoitamente para uma educação sexual mais ostensiva. Acertaram ? Creio que não, porque o avanço do conhecimento sexual foi estratosférico , inclusive exigindo, a destempo , a prática da vivência sexual. A criançada viva e de elevado QI apoiada pelos "inteligentes" educadores, tornou-se pai e mãe precocemente. Insuspeito articulista de jornal de Campinas (edição de 22-8-99) diz textualmente : " o último levantamento fechado em abril, sobre adolescentes que engravidam no Brasil, revela que o número de partos de meninas com menos de 18 anos chega a 700 mil por ano apenas na rede pública. Fato grave: o segmento com maior incidência está na faixa dos 11 aos 16 anos. Pelo menos 40% das garotas receberam aulas de educação sexual na escola ou em centros comunitários e têm conhecimento de métodos comuns de contracepção como a camisinha e a pílula hormonal."
Nos velhos tempos em que falar de sexo era hábito reservado e com circunstantes limitados, droga era coisa que não existia. O prazer máximo , a sábia natureza, reservava aos encontros amorosos dos adultos que realmente tinham vivido salutar infància e edificantes adolescência e mocidade, senão total, ao menos parcialmente. Hoje, os desesperados e os verdadeiros falsos moralistas não sabem o que fazer para acabar com as drogas e sanear o ambiente da juventude embrutecida ! Fazem campanha e mais campanhas , mas de jeito nenhum pensam em educar crianças e jovens na prática da castidade ! E´ vergonhoso se ver na tevê jovens falando de namoros íntimos e exibindo os preservativos que, além da aids evitariam filhos! Mais ainda é um canal de tevê tido como cultural projetar a figura de circunspeto médico pregando e segurando a salvadora roupagem fálica.!
A violência decorre do uso das drogas; estas têm o cordão umbilical ligado ao desvirtuamento do uso do sexo. Logo , para se acabar com a violência ( ou seja, reduzi-la ao mínimo), há de se eliminar as drogas, o que somente será possível com educação sexual cristã. O resto é conversa fiada, prato cheio para ser debatido em congressos, simpósios, cimeiras, workshops et caterva.
P.S. escrita em agosto de 1999.