Roberto Corrêa
Estive em S. Paulo faz algum tempo e me senti impressionado com a deteriorização do velho centro. A famosa Barão de Itapetininga coalhada de ambulantes , com os propagandistas e suas tabuletas agora sentados, formando inqualificável barreira, nos fez ter saudades dos velhos tempos em que era chique perambular por essa famosa rua, onde a a maioria andava vestida com elegància e o comércio tinha aspectos de sobriedade e fineza.
Quedei-me pensativo e triste procurando soluções, porque não adianta somente lastimar. Verdade que a elegància de S. Paulo passou para os famosos shopings, não impedindo , porém, a lamentação . Em outras Cronicas ou artigos já insinuei que o correto é limitar o crescimento das cidades construindo outras próximas, completamente planejadas. O insígne e brilhante Tomás Morus na sua famosa Utopia nos oferece excelentes dicas. Examinando a forma de vida dos utopianos chegamos a conclusão que os modernos criaram também ótimos modos de convivência. Se na Utopia não existia dinheiro pois todos trabalhavam e recebiam a alimentação necessária, hoje temos a moeda que serve de instrumento de troca facilitando o intercambio das pessoas, cujo número cresce vertiginosamente.
O que se faz necessário é promover melhor distribuição desse dinheiro, ou seja aumentar a renda "per capita". E isso, como também já salientei, depende da produtividade. E esta, num país de extensão territorial imensa deve ocorrer com o incremento da agro-pecuaria. Cabe ao govêrno, pois, incentivar essas atividades pois é para isso que existe. Verdade que ao govêrno cabem muitas outras responsabilidades daí porque é necessário que a equipe condutora da nação tenha especialistas de todas as áreas .
O governo está bem intencionado e trabalha para o bem estar da nação. Ao mesmo tempo, porém, constatamos quistos malignos enormes que são ignorados ou não combatidos de maneira eficiente. Como por exemplo se admitir a selvageria dos crimes de todas as espécies que nos rondam diariamente ? Como se admitir a miséria e o seu cortejo de sofrimentos ? Como manter aprisionados seres humanos amontoando-os em espaços impróprios ?
Solução existe. E´só aplicar a moral, a psicologia, a pedagogia. O problema são as forças ocultas. Enquanto não se tiver a coragem de vence-las ficaremos só no blá-bla´-blá.