POLICIAR A TELEVISÃO
Roberto Corrêa
Fiquei muito satisfeito com a manchete do Estadão de 14 de março de 2002 (página 13): "França: cruzada contra filmes de sexo e violência". A ministra da Família, Ségolène Royal com o apoio das associações de pais de alunos, de professores, donas de casa etc., seguindo a cruzada já em andamento em diversos países da União Européia desencadeia campanha contra a banalização do sexo e da violência em face aos menores, tomando diversas medidas efetivas para a concretização dos objetivos. Ao final cita a necessidade das famílias criarem um contra- poder "para enfrentar a política permissiva das televisões, política que contribui na propagação de uma visão degradante da mulher, incita os jovens à violência sexual e a outros atos que levam à criminalidade precoce" e anseia por "uma televisão responsável".
Seria isto possível no Brasil? Do jeito que vão as coisas é muito difícil. Nota-se que na França e outros países do primeiro mundo tal reflexão é possível porque o europeu lê muito, desenvolve o intelecto, ocupa-se com coisas sérias. Aqui no Brasil, pesquisas recentes atestaram que os jovens se interessam pouco por leituras, principalmente de livros, mas apreciam a televisão. Mais um argumento para se melhorar esta, pois se constata mais uma vez que é da telinha que nossas crianças e adolescentes bebem a água do conhecimento.
Portanto, os nossos escritos nesse sentido não constituem opinião isolada mas são sufragados pela maioria silenciosa e agora, para nossa alegria, verificamos que um país do primeiro mundo reconhece a necessidade de se policiar a televisão. O problema é que as boas notícias - como não agradam a perversa classe dominadora -, são marginalizadas para que caiam logo no esquecimento. Os materialistas dominam o mundo, principalmente nos países emergentes , sem recursos de toda a ordem para se safarem das imposições maléficas. O que nos cabe fazer ? E´ continuar clamando no deserto esperando que , por milagre da divina providência, viajores sedentos descubram o oasis e encontrem água fresca para beber. Caso isso não ocorra, a culpa não será nossa que tudo fizemos para divulgar os roteiros corretos da caminhada certa.
Realmente considero espantoso não se criarem no Brasil movimentos como esse da França para se combater a má televisão. Não sei explicar as razões desse silêncio comprometedor. Será que a intelectualidade brasileira foi toda dominada pelo positivismo e catolicismo e cristianismo são palavras chochas, meramente abstratas, sem qualquer repercussão na vida real. ? Ou a intelectualidade não existe mesmo e também é dominada pela mídia eletrónica, admitindo assim toda ousadia dela e nisso não enxergando qualquer ponta de mal ? Gostaria de ter respostas mas nem isso é possível, porque as reuniões que s fazem por esse mundo afora, inclusive nos canais televisivos, têm como partícipes quase sempre as mesmas pessoas ou outras completamente inexpressivas ou que não tem nada ou muito pouco dizer.