Brasil, 23 de Dezembro , Ã s 23:30, dava entrada deitado numa maca em gritos um rapaz todo ensanguentado, com uma facada nas costas; mal me refazia do susto um motoqueiro desacordado, com escoriações por todo o corpo acompanhado de uma senhora de setenta e quatro anos com convulsão...
Quando o novo dia rompeu. O silêncio se instalou momentanhamente, quase dava pra dormir na fila de espera.
O porteiro com certeza experimentou esse instante. Ele e alguns escreventes.Pelo menos até o ponto que uma jovem atropelada, gritando por ter dilacerado a perna pedia ajuda, paralelo ao bebedo em cóma alcolico, seguido por um rapaz próximo dos trinta que morria ao adentrar as dependências do prédio... Literalmente drogado.
Em curso desse desespero correu o dia, o tempo passou, uma criança com envenenamento entrou.
O natal chegou e ninguém, se quer falava. Todos já estavam voltados pra uma moça de vinte e poucos anos que dava a luz ali mesmo, na fila, em troca da sua vida.
Outro dia a loucura momentanhamente terminou, sob à s lágrimas de algumas pessoas e o comentário apatico do médico.
Fomos atendidos.
Tudo acalmou e o novo dia seguiu como começou. |